sexta-feira, 11 de março de 2011

GOSTA DE TRILHAS ? CONHEÇA AS TRILHAS DE UBATUBA.

TRILHAS
Cresce cada vez mais o interesse por trilhas ecológicas e caminhadas, aproveitando antigas picadas caiçaras, para exercitar o corpo e conhecer a Mata Atlântica. Muitos são os caminhos que se tornaram atrações. Percorrer trilhas, mistura de esporte e lazer, é talvez a atividade que mais ganha adeptos na região.

Água Branca - Nível Difícil

Com duração de 5 horas e passando por várias cachoeiras do Sertão da Quina, como a do Corrêa, a da Renata e Poço Verde, todas localizadas no extremo sul de Ubatuba, essa caminhada em meio a mata virgem da Serra do Mar e encanta pela sua beleza. É possível observar vários animais silvestres em seu habitat natural. Ao chegar, uma queda d´o que é um convite para um merecido e refrescante mergulho.



Saco das Bananas - Nível Fácil

A trilha de duas horas começa na Caçandoca, no final da estrada da praia do Pulso. Passa pela praia da Raposa e a Brava do Frade. Outra opção é partindo da Tabatinga, passando pela praia da Barra da Lagoa. Existe no percurso ruínas da época colonial, mas para vê-las é preciso autorização do proprietário da área onde se encontram. No vilarejo caiçara pode se encontrar descendentes dos escravos que trabalhavam nas fazendas da região.



Bonete - Nível Médio

Em menos de duas horas a trilha do Bonete leva à vila de pescadores mais pitoresca de Ubatuba. Pela costeira da Mata Atlântica os trilheiros saem da praia da Lagoinha e passam nas praias do Perez, Prainha, Bonete e Grande do Bonete. O trajeto mais fácil pode ser feito em menos de uma hora. Mais complicado é seguir até a praia da Fortaleza para o Bonete, passando pela praia do Deserto, numa caminhada de aproximadamente duas horas.




Corcovado - Nível Difícil

A trilha do Corcovado, que conduz ao pico mais famoso de Ubatuba, é difícil. Para subir ao pico de 1.150 metros, entre rios e cachoeiras, um grupo demora cerca de 8 horas. Existem duas possibilidades de percurso. A primeira, subindo pelo lado sul, parte da Praia Dura, passa pelo sertão do Corcovado. É mais íngrime, quase uma escalada. A outra, pelo lado norte, saindo da cachoeira dos Macacos, próxima ao Horto Florestal, existe uma trilha mais fácil, porém mais longa.
                                                                                                                                                                                                           









Sete Fontes - Nível Fácil

Pelas picadas que ele mesmo abriu dentro da mata, o engenheiro e empresário George Sisla atrai grupos de turista até a praia de Sete Fontes, onde uma das principais atrações é o Stoatoa, barzinho pitoresco e muito badalado na temporada. A praia de Sete Fontes possui cerca de 450 metros de extensão, areias limpas e águas claras, com acesso apenas por barco ou trilha. O passeio sai do Saco da Ribeira, passa pela praia do Flamengo e segue pela picada aberta na mata virgem. Passa por uma gruta de cinquenta metros, uma das poucas da região.
                                                                                                             







Praia do Sul - Nível Fácil

Quem quiser cruzar da Praia do Presídio até a Praia do Sul, na Ilha Anchieta, pode usar o caminho que os presos percorriam durante suas atividades, antes do fechamento do presídio na década de 50. As pessoas seguem para a ilha em escunas que partem do Saco da Ribeira e da Praia do Itaguá. Outra trilha leva ao costão leste, passando pelo antigo quartel. É bom conferir antes com as operadoras do passeio as condições das trilhas e obter permissão das autoridades que cuidam do parque. A trilha da Praia do Sul é demarcada e exige a presença de um monitor credenciado pelo PEIA (Parque Estadual da Ilha Anchieta).


 




Ponta Grossa - Nível Fácil

Chegar ao farol da Ponta Grossa exige uma caminhada de uma hora e meia pela estradinha que começa na Praia do Tenório e passa pela Praia Vermelha do Centro e Praia do Cedro.
No alto do mirante se avista grande parte do centro da cidade e várias outras praias.
Pode ser feita seguramente sem                         guia.                                                                                                             










Monte Valério - Nível Fácil

Dentro do Parque Municipal do mesmo nome, essa trilha pode ser feita tanto à pé como de carro. É uma alternativa de acesso para a região sul do município para quem quer evitar o congestionamento da Praia Grande durante a alta temporada. Oferece uma vista panorâmica da praia do Perequê-Açu e parte do Centro de Ubatuba.
                                                                                                             
                                                                                                              
          








REGRAS

Dicas para um passeios gostoso


Em primeiro lugar deve-se respeitar o meio ambiente.

Evite jogar lixo na beira do caminho ou danificar a vegetação.

Não molestar animais e respeitar o espaço das trilhas, que muitas vezes atravessam propriedades particulares.

Use roupas leves, como moletom, camiseta, roupa de banho, tênis, meia grossa e boné.

Leve repelente, recipiente para água e outros objeto pessoais indispensáveis.

Quando houver pernoite em grupos organizados usar, calça resistente, bota de cano longo, saco de dormir ou cobertos, alimentos e estojo de primeiros socorros.

obs. Texto e fotos retiradas do site : Litoral Virtual                                                                                 

HISTÓRIA DE UBATUBA

                                        
Bandeira de Ubatuba
                                                                                                 Brasão de Ubatuba

Há duas definições sobre a origem do nome derivado em tupi Ybtyba ou Ybatiba. Em ambas concorda-se que "tuba" poderia significar muitas; "uba"entretanto poderia se referir a canoas ou a caniços, de um tipo de taquara comum na região.


Os donos da terra e a Paz de Iperoig.

Os primeiros habitantes do litoral norte de São Paulo onde se encontra Ubatuba, que pertencia na época da colonização à Capitania de São Vicente, doada por D. João III a Martim Afonso de Souza, foram os índios tupinambás. Juntamente com os tupiniquins (situados ao sul) e os guaianazes (habitantes do planalto) formavam a nação Tamoia, em tupi "os donos da terra". O nomadismo fazia parte da cultura indigena e entre os grupos havia relações cordiais e convivência pacífica. A chegada do europeu no século XVI e a tentativa de escravização dos indígenas gerou conflito entre eles, provocados pelos invasores.

O primeiro europeu a chegar em Ubatuba foi o aventureiro alemão Hans Staden, que servira como artilheiro no forte de Bertioga e ao ser aprisionado pelos tupinambás permaneceu cativo em Ubatuba por vários meses. Após o seu resgate por um navio francês, Staden retornou ao seu país e relatou a sua experiência no livro "Duas viagens ao Brasil".

Instigados pelos franceses, os tamoios confederados sob a liçenca de chefe Cunhambebe, em confronto com os portugueses, punham em risco os incipientes núcleos de colonização de São Paulo e São Vicente, o que levou os Jesuitas manoel de Nóbrega e José de Anchieta a visitar a aldeia de Ipregoig em missão pacificadora.

Anchieta permaneceu como refém dos índios em Ubatuba enquanto Nóbrega negociava em São Paulo o armistício, periodo em que escreveu na areia da praia so 5.732 versos de seu poema a Virgem. A Paz de Iperoig foi selada em 14 de setembro de 1563 e à expulsão dos franceses segui-se a fundação da cidade do Rio de Janeiro.


O povoamento.

De 1600 a 1750 a presença da população branca é pequena e a agricultura de subsistência predomina; o trecho entre Santos e o Rio de Janeiro é intencionalmente ocupado por iniciativa do governo para garantir aposse da região. A cultura caiçara resulta do cruzamento da cultura indígena com a dos colonizadores inicialmente; os povoados surgem em fundo de baía, sendo as ilhas mais ocupadas que o continente. Nos inícios do século XVII Iperoig despertou a atenção do governador do Rio de Janeiro , que enviara Jordão Homem de Costa para fundar com sua família e agregados um núcleo, onde se ergueu uma capela dedicada à Santa Cruz do Salvador. A antiga aldeia de Iperoig foi elevada à categoria de Vila em 28 de outubro de 1637, sob o nome de Vila Nova da Exaltação da Santa Cruz de Salvador de Ubatuba.

O ciclo da cana e o ouro de Minas.

Na segunda metade do século XVII, a exploração do ouro em Minas gerais vai mudando a história do Sudeste. Cada espaço geográfico se especializa para atender ao consumo de Minas; ao sudeste litorâneo caberia produzir aaguardente e o açucar, gerando também outros cultivos de apoio. Nesse período existiram em Ubatuba 19 fazendas-engenhos, produzia-se também anil e fumo para serem trocados por escravos na África. A produção de pesca é intensa(em parte voltada para o mercado mineiro), sobretudo a taínha no inverno e a população chega a 2.000 pessoas, excluídos os negros escravos. De Minas vinha o ouro trazido por tropeiros para embarque em seu porto e a ele chegavam as mercadorias européias que atendiam ao luxo dos senhores coloniais de São Paulo e Minas Gerais.

O ciclo do café e a prosperidade.

Em 1787 o presidente da Província de São Paulo decreta que todas as mercadorias da capitania deveriam ser embarcadas por Santos(Édito de lorena), medida que ocasionou a decadência da economia da cana e do porto de Ubatuba. A situação só iria melhorar com a abertura dos portos em 1808 e o comércio ganharia novo impulso com o cultivo do café no município e no Vale do Paraíba, que tornou-se economicamente próspero na segunda metade do século. Ubatuba passa aser o porto exporatdor da região cafeeira, chegando a receber anualmente cerca de 600 navios transatlânticos. Pela "rota do café" entraram nesse perído áureo mais de 70 mil escravos.

A Vila de Ubatuba passa em 1855 à categoria de cidade. O urbanismo alcança o município, são criados o cemitério, novas igrejas, um teatro, água encanada, mecador municipal e residências para abrigar a elite local. Ubatuba constava entre os municípios de maior renda da província, tendorecebido através de seu porto a primeira máquina de tecelagem do Estado, destinada a Taubaté. Nela circulavam viajantes, negociantes, tropeiros e aventureiros, companhias de teatro e ópera; havia festas e bailes nos solares e o Ateneu Ubatubense dispunha de biblioteca de mais de 5000 volumes doada pelo Imperador D. Pedro II.

O cultivo do café traz modificações profundas na paisagem física e urbana de Ubatuba: as áreas planas crescem de valor e são devastadas ; a demanda por construções mais complexas (embarcações, casas e mobiliário, carros de boi) vai ocasionando o fim da madeira de lei e aumenta a população negra. Em 1836 a população negra supera a branca e ocorrem revoltas nas fazendas de café, que chegaram a ter cerca de 12.000 escravos. A partir de 1870, antecipando-se ã deflagração da guerra franco-prussiana, dezenas de famílias nobres francesas instalaram-se em Ubatuba, comprando grandes extensões de terras e organizando fazendas onde se cultivou o café, fumo, cana-de-açucar, frutas tropicais e especiarias. também montaram olarias e mansões senhoriais.

O fim da "rota do café".

Com a marcha do café para o Oeste do estado de São Paulo e a construção de ligações ferroviárias entre São Paulo e Rio de Janeiro e São Paulo e Santos, a antiga estrada da "rota do café"que ligava o sul de Minas ao porto de Ubatuba perdeu importância. As famílias de posses migraram e as terras perderam o valor, permanecendo as populações pobres. Tentativas foram feitas para refrear a decadência da cidade e de seu porto, com a construção não-concluída de uma estrada de ferro ligando Ubatuba a Taubaté.

O ressurgimento econômico com o turismo.

Somente a partir de 1933 ocorreu um certo ressurgimento econômico no município liugado ao turismo, com a abertura de estrada de rodagem entre Ubatuba e São Luiz do Paraitinga. O avanço turístico aumentou ao abrir-se a estrada ligando caraguatatuba a Ubatuba em 1954 e na década de 70 com a construção da rodovia Rio-Santos (Br101), criando novas perspectivas ecônomicas para o município com o desenvolvimento da nova atividade.