quarta-feira, 28 de agosto de 2013

SEM ENTRAR NO MÉRITO DA QUESTÃO MAS HOSTILIZAR COLEGAS DE PROFISSÃO É NO MÍNIMO FALTA DE RESPEITO.

Blog do Marcelo Semer



Escravo é quem tem direito à saúde e não tem médico para exercitá-lo


A repulsa dos médicos brasileiros a vinda de cubanos para atuar em cidades do interior é uma espécie de reserva de não-mercado.
É mais ou menos como a TV quando compra a exclusividade de um jogo e não transmite. Nem permite que outros canais transmitam.
Os médicos brasileiros não querem trabalhar nas localidades mais distantes ou com menos estrutura. Mas querem impedir que outros o façam em seu lugar.
O grave do problema é que isso não se trata de um amistoso da seleção ou um jogo da Libertadores. É a saúde das populações mais pobres que está em permanente risco. E a dignidade da pessoa humana, fundamento da República, não se submete a esse tipo de abuso de poder.
O direito à vida ou a saúde não pode ser sufocado pela onda de preconceitos, nem ficar refém de corporativismos. O estado democrático de direito é antropocêntrico e não admite recompensa pelo egoísmo.
Para criticar a vinda de cubanos, de tudo um pouco já se ouviu.
Que os profissionais são de baixa qualidade, que parecem domésticas, que o espanhol caribenho é difícil de entender. Os médicos cubanos ora são hostilizados por serem agentes disfarçados da guerrilha comunista ora por serem escravizados pela ditadura.
Os argumentos não se sustentam em pé, porque na verdade só existem na aparência.
Escondem a volúpia pela exclusividade, a proteção ao direito de não atender. Do lado da imprensa, uma indisfarçável torcida pelo fracasso, com receio, que melhor caberia aos partidos políticos, de um possível uso eleitoral de bons resultados.
Escassez de Hipócrates nesse excesso de hipocrisia.
Se os brasileiros estivessem dispostos a trabalhar nas localidades em que faltam médicos, coincidentemente as de menor IDH do país, nenhum estrangeiro teria sido convocado a atuar nessa medicina sem fronteiras.
Mas os representantes dos médicos brasileiros optaram por serem eles mesmos as fronteiras.
Parte considerável dos cubanos tem perfil internacionalista e já exerceu a profissão em países estrangeiros e em situações de pouca ou nenhuma estrutura, como na África. É provável até que tenham mais experiência em tratar o pobre do que a maioria de seus críticos locais.
Na imprensa, os que mais se rebelam contra o sistema adotado na parceria são justamente aqueles que vêm sustentando, há tempos, os benefícios da terceirização.
Com a agravante de que neste caso, não existe o empregador inescrupuloso que opta por ela para fugir a altos salários ou obrigações trabalhistas. Afinal, a ganância capitalista sempre comoveu pouco na mídia.
É o caso de refletir seriamente se nós estamos em condições de regular a forma como Cuba remunera os médicos que fizerem parte do acordo, dado que as premissas econômicas dos dois países são bem distintas. Quem sabe não chegamos a conclusão que devemos pagar mais a eles, ao invés de repeli-los.
De qualquer forma, a acusação de trabalho escravo é simplesmente grotesca. Não há serviço forçado e tampouco maus tratos; condições degradantes ou servidão por dívidas.
Escravo não é o médico que sai voluntariamente de suas fronteiras para trabalhar com pobres por ideais. Escravo é o povo a quem se promete o direito a saúde e se sonega médicos para concretizá-lo.
Nada mais revelador do que doutores cearenses se reunindo para xingar os cubanos recém-chegados de escravos.
A desfaçatez demonstra que na crítica às condições de trabalho não reside nenhuma solidariedade, apenas o pretexto de combater aquilo que incomoda a si mesmo.
Curioso é que a imprensa, sempre tão mordaz contra várias formas de corporativismo, tem sido condescendente demais com as manifestações dos conselhos de medicina.
A mais gritante delas beirou o absurdo e o ilícito: a ameaça nada velada de que médicos brasileiros não prestariam auxílio se um cubano tivesse problemas com um paciente.
O ressentimento fala por si só.
Quando médicos optam por combater médicos e não doenças, algo de muito grave se revela na saúde.

O DESERTO DO ATACAMA

Papo de Homem | O Atacama é generoso | Na Estrada #15 + 2 novo(s) post(s)

Link to Papo de Homem - Espaço Exploratório

Posted: 27 Aug 2013 09:51 PM PDT
Vamos buscando a emoção
que não podemos encontrar
neste tédio sempre igual
que nos envolve o coração.
– trecho de “A Emoção Fugitiva“, de Pablo Neruda

Valle de La Luna
Reza a lenda que há séculos e séculos, no auge do império Inca em território chileno, a fúria dos deuses caiu impiedosa sobre eles. O temível espírito do vulcão Licancabur rugiu, lambendo povoados inteiros com sua lava escaldante.
Para apaziguar sua ira, os nativos subiram os seis mil metros de sua extensão, carregando incontáveis pedras e presentes em suas costas. Chegando ao topo, rezaram.
O vulcão lhes concedeu tranquilidade.
Até hoje, os descendentes desses nativos prestam reverência a Licancabur, mantendo oferendas em seu pico.
* * *
Colocar os pés no Deserto de Atacama é paz.
A mais árida região do planeta se comunica pelo silêncio.
Suspeita-se que os únicos pedaços de chão sem qualquer traço de vida estejam por lá, nos entornos da mina abandonda de Yungay. O terceiro maior salar do mundo é lá, também. Três mil quilômetros quadrados de horizonte sem fim, com lhamas perdidas e flamingos róseos se alimentando em lagoas de enxofre. Uma gigantesca mão esculpida pelo artista e filósofo chileno Mario Irarrázabal emerge da areia, o deserto está vivo.
A paisagem extrema é estranhamente acolhedora. Sem nada ou ninguém em volta, não há porque posar.
É mais fácil me sentir confortável em minha própria pele, e pequeneza, tendo bilhões de anos em terras sedimentadas à minha volta. Quase como se estivesse no colo de um tataravô distante, bastante calejado por algumas diferentes eras geológicas, dinossauros e até um ou outro ET.
Dá alguma inveja das tribos atacameñas e suas pucarás, fortificações dos tempos pré-hispânicas nas quais habitavam. Ainda que lutassem para seguir vivos em meio aos inóspitos Valle de La Luna e Vale da Morte – locais nos quais a NASA realiza testes de seus robôs interplanetários –, gosto de pensar que eram felizes em sua solitude.
A noite ganha outros tons. O céu mais estrelado que se pode ver disputa sua atenção com ventos gélidos, cortantes.

Link Vimeo

Em sua aridez escancarada, o deserto facilita olhar para nossa própria tristeza sem nos sentirmos sós. Afinal, ele está desde muito antes e vai seguir por muito mais. Solidão se transforma em solitude.
Na última madrugada antes de voltar a São Paulo, me deito na gelada espreguiçadeira do hotel Kunza debaixo de muito céu, estrelas e silêncio.
Fica fácil entender a reverência dos nativos diante do vulcão Licancabur e todo o resto. Adiós, Atacama.
* * *
Comecei a redigir esse texto ainda no Chile, semana passada. A viagem foi feita a convite da Ford, para conhecer sua nova linha de caminhões Cargo Extra-Pesados. Compartilho agora outras fotos da viagem:
Cenas da insólita casa de Pablo Neruda
Cenas da insólita casa de Pablo Neruda em Santiago, que visitamos antes do deserto
Um dos muitos bares na casa de Neruda, onde gostava de receber amigos como Vinícius de Moraes e Niemeyer
Um dos muitos bares na casa de Neruda, onde gostava de receber amigos como Vinícius de Moraes e Niemeyer
Bem-vindo ao Atacama
Bem-vindo ao Atacama (foto por Rafael Rosa)
Energia eólica em ação
Energia eólica em ação
A expedição
A expedição – doze caminhões e dezenas de veículos da imprensa convidados
Cortando a paisagem
Cortando a paisagem
Equipamento de telemetria que nos deram para acompanhar o desempenho dos caminhões
Equipamento de telemetria que nos deram para acompanhar o desempenho dos caminhões
"É uma cilada, Bino!" – co-estrelando o Cargo Extra-Pesado Ford
“É uma cilada, Bino!”
Hotel Kunze, onde nos hospedamos
Hotel Kunze, onde nos hospedamos
O Salar do Atacama, horizonte de tirar o fôlego
O Salar do Atacama, horizonte de tirar o fôlego
Bem-vindo ao Atacama
Ao fundo, o poderoso vulcão Licancabur





terça-feira, 27 de agosto de 2013

VOCÊ SABIA ?



|

FORÇAR CRIANÇA A COMER LEVA A OBESIDADE

      Não! Seu filho não ficará desnutrido, fraco ou doente se não comer tudo o que tem no prato. Durante as refeições, é importante que a criança aprenda a ter uma relação prazerosa com a alimentação e, portanto, não deve ser forçada a comer.
      No entanto, as refeições NÃO devem ser substituídas por lanches, mamadeiras e guloseimas. É importante que a criança não chegue satisfeita por outros alimentos ao horário das refeições, mantendo o apetite para o horário correto da refeição.
      Na verdade, o hábito de forçar a criança a comer tem o risco de levar ao sobrepeso e até à obesidade, e é uma prática que não deve ser realizada. Uma criança saudável come exatamente o que necessita para seu crescimento e desenvolvimento e, muitas vezes, isso é interpretado erroneamente pelos pais como alimentação insuficiente.
       Segundo o pediatra Dr. Cláudio Schvarstsman, o caminho para a obesidade começa justamente quando este delicado equilíbrio é rompido e a criança é forçada a comer quando não tem vontade, pois seu organismo não necessita desse alimento.
      Informações completas sobre este assunto você encontra no livro Medicina, Mitos & Verdades (Carla Leonel) 8ª edição - Editora CIP. Compre agora clicando aqui. Promoção de lançamento: pague em até 10x de 12,95. Frete Grátis para todo Brasil. Mais de 5 mil assuntos | 800 páginas | 22 Especialidades médicas.

      SE CONTINUA DISTANTE NOS EUA FAÇA IDEIA AQUI...


      50 anos após marcha de King, igualdade nos EUA continua distante


      Folha

      Os presidentes da American Express, Merck e Xerox são negros. Os prefeitos de Washington, Denver e Filadélfia, de maioria branca, também o são, tal como o governador de Massachusetts.
      Também são negros cerca de 10% dos deputados e senadores do Congresso americano, pouco abaixo da porcentagem da população negra no país, que é de cerca de 13% (no Brasil, o equivalente seria se quase 40% do Congresso brasileiro fosse de negros ou mulatos). E o ocupante da Casa Branca é, desde 2009, Barack Obama.
      Nesta quarta-feira, os EUA celebram os 50 anos da Marcha sobre Washington, quando o jovem pastor Martin Luther King (1929-68) fez seu mais famoso discurso, "Eu tenho um sonho", diante de 250 mil pessoas.
      Estarão presentes em um evento Obama e os ex-presidentes Bill Clinton e Jimmy Carter. Ontem, milhares de pessoas se reuniram no mesmo local, aos pés do Memorial de Lincoln, num ato cívico para marcar a data.
      A marcha de Luther King foi a maior cobrança por direitos civis --dez meses depois, o presidente Lyndon Johnson assinou lei que, na prática, proibiria segregação em locais públicos e privados e, em 1965, a lei de direito ao voto, que derrubou artimanhas que dificultavam registro de negros como eleitores.
      Em 1964, Luther King, aos 35 anos, seria o mais jovem premiado com o Nobel da Paz. Em 2008, com a eleição de Obama, analistas se apressaram a anunciar que o país vivia uma fase pós-racial. Apesar do salto econômico, político e cultural da minoria negra, a disparidade com a maioria branca (63% da população) continua grande.
      Em 1955, 60% dos negros no país viviam abaixo da linha da pobreza (hoje o mesmo número é de negros de classe média). Naquele ano, a costureira Rosa Parks se negou a ceder seu lugar a um passageiro branco em um ônibus segregado em Montgomery, Alabama, e foi presa --o que detonou a luta dos movimentos civis.
      Apenas 4% dos negros tinham diploma superior então (hoje 38% dos negros chegam à universidade). Em 1967, quando finalmente a Corte Suprema invalidou leis estaduais que proibiam o casamento inter-racial, o número de casais mistos era minúsculo --hoje, 24% dos homens negros são casados com mulheres de outras raças.
      A discriminação na Justiça ainda é acentuada. Proporcionalmente, o número de presos negros é seis vezes maior que o de brancos. Apesar de o uso de maconha ser similar entre jovens brancos e negros, estes têm um índice quatro vezes maior de detenção pelo uso da droga.
      Mesmo com o sucesso de ações afirmativas em incluir mais negros nas universidades, o sistema escolar ainda é financiado localmente --bairros brancos têm escolas melhores (e mais ricas) que as comunidades negras.
      A desagregação familiar é bastante maior: 72% dos bebês negros são nascidos fora do casamento (entre os brancos, 29%). Mais da metade será criada apenas pela mãe.
      O próprio Obama criticou hábitos enraizados na minoria. "Em muitos lugares, quando um jovem negro tem um livro ente as mãos, seus amigos dizem que ele está 'se fazendo de branco'.
      Essa é uma atitude derrotista", criticou ele, que, recentemente atacou o sistema legal do país pela absolvição de um hispânico que matou o adolescente negro Trayvon Martin, 17, achando que fosse ladrão.
      Os negros continuam liderando em popularidade na música e nos esportes --Beyoncé, Jay Z e Kanye West são os astros mais populares do país e o seriado de maior audiência da TV aberta, "Scandal", é estrelado pela atriz negra Kerri Washington.
      Mas a percepção do racismo ainda é bem diferente: 46% dos negros acham que há muito racismo; entre os brancos, só 16% concordam.
      O simbolismo do poder está se adaptando. Ao chegar à Presidência, Obama devolveu o busto do ex-primeiro-ministro Winston Churchill, emprestado pelo governo britânico após o 11 de Setembro.
      Em seu lugar, pôs bustos de Lincoln (em cuja Presidência se aboliu a escravidão, em 1865) e Luther King.
      Fonte: Folha

      UMA MULHER DE RAÇA


        Thereza Santos entre armas e kizombas

      Pegar em armas de fogo, no Continente Africano, durante a guerrilha em Guiné-Bissau, é a primeira coisa que os amigos lembram ao falar da atriz, dramaturga, publicitária, filósofa, educadora, escritora, ativista e carnavalesca

      Oswaldo Faustino
      Foto: Arquivo Pessoal
      Thereza não fugia à luta
      A grande arma de Thereza sempre foi a mais eficaz de todas. Aquela que tanto serve para destruir, como para construir: a palavra. E ela a dominava muitíssimo bem. Muitas vezes aos berros - com aquela voz que o tempo e os cigarros foram deixando cada vez mais rouca - a metralhar palavrões e impondo suas ideias.
      Poucos sabem que, no batismo, recebeu o nome de Jaci dos Santos. Jaci, a Lua na língua tupi e, como tal, vivenciava intensamente a noite do Rio e, depois, a paulistana, onde tudo se debatia e se criava, fosse no campo das artes, da cultura ou da política. Mas seja onde fosse, Thereza, nome artístico que adotou para a vida e para a militância, em tempos de guerra ou de paz, se destacava pelas frenéticas realizações e pela intensidade de sua presença.
      A Lua negra
      Carioca, seu primeiro berro foi ouvido na então capital federal, em 1930, no mesmo ano em que um golpe de estado levou o gaúcho Getúlio Vargas ao poder para, em seguida, implantar sua ditadura. Quinze anos depois, Thereza estreava no cinema, no filme O Cortiço, de Luiz de Barros. Depois de quatro anos, lá estava ela, também, em Orfeu Negro, de Marcel Camus, o único filme brasileiro a conquistar o Oscar de melhor filme estrangeiro. Participou do Teatro Experimental do Negro e sua voz, então forte, ecoou em espetáculos como A Escada, de Jorge Andrade, A Filha da Besta Torta do Pageu e Viva o Cordão Encarnado, ambas de Luiz Marinho; além da emblemática Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, com músicas de Chico Buarque de Hollanda, entre outras. As crianças de minha infância, que tiveram acesso à televisão, ainda em preto e branco, nos anos de 1960 e 1970, acostumaram-se a ver aquela atriz negra em novelas da TV Tupi, como Nino, o Italianinho, A Fábrica e na primeira versão de Mulheres de Areia.
      Naquele período de ditadura militar, a inconformada Thereza Santos, comunista de carteirinha, não se acomodava nos papéis subalternos que a televisão lhe destinava. Precisava protagonizar. Por isso escreveu e dirigiu, em 1973, com o intelectual Eduardo Oliveira, a peça E agora... falamos nós, que estreou no teatro do Masp, com um elenco exclusivamente de atores e atrizes negras. Quando o personagem era caucasiano, surgia no palco com a face pintada de branco, numa referência ao Blackface norte-americano. Aqueles anos de chumbo levaram muitos de nossos intelectuais ao exílio. Alguns foram para a União Soviética e para a Europa; outros para o Chile de Allende ou para a Cuba de Fidel. Libertada, após uma detenção por questões ideológicas, em 1977, preferiu partir para a África, nos conturbados períodos de guerrilhas no pós-libertação de Guiné-Bissau e Cabo Verde. Depois, mudou-se para Angola e atuou nas áreas de educação e cultura, ao lado de seu amigo José Eduardo dos Santos, que, desde 1979, é presidente daquele país. Na volta ao Brasil, dirigiu vários espetáculos, entre eles, o musical Ongira, Grito Africano, de Estevão Maya Maya e Antônio de Pádua.
      Carnavais e política cultural
      O grande palco para Thereza Santos, porém, era a passarela dos cordões e escolas de samba. Mangueirense, em sua mudança para São Paulo, criou e desenvolveu enredos, sempre baseados na história e na cultura afro-brasileiras para várias agremiações, principalmente a Camisa Verde e Branco e a Unidos do Peruche. Nos tempos em que o carnaval não era exclusividade de Rede Globo, seus comentários contundentes tornaram-se a marca registrada das transmissões dos desfiles, pela Rede Bandeirantes e pelas TVs Gazeta e Cultura.
      Era brigadora por natureza. Organizou o Coletivo de Mulheres Negras e, inconformada com a ausência de negras no Conselho Estadual da Condição Feminina, infernizou tanto o governo que foi nomeada conselheira.
      Por suas atividades nas escolas de samba e em seu grupo Negro, Arte e Cultura, o ator e dramaturgo Gianfrancesco Guarnieri, então secretário da Cultura da cidade de São Paulo, a convidou para assessorá-lo no desenvolvimento de políticas culturais para nossa gente. Dali, ela seguiu para a esfera estadual. Como assessora de cultura afro-brasileira da Secretaria de Estado da Cultura do Estado de São Paulo, de 1986 a 2002, ajudou a implantar o Projeto Negro Consciência e Liberdade, do qual faziam parte o Perfil da Literatura Negra, o Encontro Internacional de Música Negra e o Kizomba, um festival anual multimídia que enegrecia a cidade de São Paulo.
      Candidatou-se algumas vezes à vereadora e deputada estadual, mas nunca conseguiu se eleger. Talvez pela autenticidade que, muitas vezes, assustava aqueles que esperam dos políticos em campanha uma docilidade que não lhe era própria. Thereza não sabia fingir. É o que se percebe em sua autobiografia Malunga Thereza Santos - A História da Vida de uma Guerreira, publicada em 2008, pela Editora da UFSCar. Não faltaram homenagens, ao longo de sua vida, como o Prêmio Espelho D'água, do Projeto Oxum Rio Ijexá de Mãe Iva d'Oxum, que recebeu em 30 de novembro de 2012, menos de 20 dias antes de seguir para o Orum.
      Veja também
      Beatriz Nascimento: nem que me custe a vida...
      Lélia Gonzales: feminista, sim, mas negra!
      Fonte Revista Raça

      segunda-feira, 26 de agosto de 2013

      MAS JÁ GANHOU UMA INDICAÇÃO PARA REPRESENTAR O BRASIL NA ONU EM NY

      Fuga de senador boliviano faz Dilma demitir Patriota

      Publicidade
       
      VALDO CRUZ
      NATUZA NERY
      TAI NALON
      DE BRASÍLIA
      ANDRÉIA SADI
      DO PAINEL, EM BRASÍLIA
      Ouvir o texto
      Atualizado às 20h12.
      O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, deixou o cargo nesta segunda-feira. Ele caiu após o diplomata brasileiro Eduardo Saboia patrocinar a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina de seu país.
      Assumirá a pasta o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, representante do Brasil na ONU (Nações Unidas). Foi coordenador da cúpula ambiental Rio+20.
      Bolívia exige explicações do Brasil e diz que fuga de senador é episódio "grave"
      Negociações com Bolívia sobre senador eram "faz de conta", diz diplomata brasileiro
      Bolívia chegou a propor 'plano de fuga' de senador ao Brasil
      Segundo assessores presidenciais, Dilma ficou irritada ao ser pega de surpresa com a atuação de funcionários da embaixada do Brasil na Bolívia no embarque do senador, condenado a um ano de prisão por corrupção. Ele estava abrigado na embaixada do Brasil havia 15 meses.
      Patriota foi chamado para uma conversa com a presidente no início da noite desta segunda-feira no Palácio do Planalto.
      A versão do Planalto e do Itamaraty é de que o governo não autorizou e nem sequer sabia da operação para retirar Molina do país vizinho. O senador não podia sair do prédio por falta de um salvo conduto do governo boliviano.
      Em junho deste ano, o Itamaraty, a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria Geral da República se posicionaram contra conceder asilo político ao senador boliviano, que queria deixar a Bolívia rumo ao Brasil de carro.
      Patriota irá para o posto de Figueiredo na ONU, que ele ocupava havia poucos meses. Curiosamente, seu irmão Guilherme Patriota, que também é diplomata e trabalhava com o assessor da assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, havia sido nomeado para um cargo na representação brasileira nas Nações Unidas recentemente.
      O novo chanceler foi o coordenador, do lado brasileiro, da reunião ambiental Rio+20, ocorrida no ano passado. Naquela ocasião, ele ganhou muitos elogios no Planalto --diferentemente de Patriota, cuja gestão do encontro internacional foi considerada muito ruim por Dilma Rousseff.
      O primeiro compromisso internacional de Figueiredo será a reunião da Unasul, no Suriname, no próximo sábado (30). Até lá, segundo previsão do Planalto, ele já deverá ter sido oficialmente empossado.
      Segundo nota da Presidência da República, Dilma "agradeceu a dedicação e o empenho do ministro Patriota nos mais de dois anos que permaneceu no cargo".
      Veja a íntegra da nota oficial:
      "A presidenta Dilma Rousseff aceitou hoje, 26, o pedido de demissão do ministro Antonio de Aguiar Patriota, e indicou o representante do Brasil junto às Nações Unidas, em Nova York, embaixador Luiz Alberto Figueiredo, para ser o novo ministro das Relações Exteriores.
      A presidenta agradeceu a dedicação e o empenho do ministro Patriota nos mais de dois anos que permaneceu no cargo e anunciou a sua indicação para a Missão do Brasil na ONU."

      Editoria de Arte/Folhapress

      domingo, 25 de agosto de 2013

      RAIO X DE SAMPA.

      São Paulo está mais estudiosa, rica e medrosa

      Levantamento do Datafolha mostra que aumentou o número de moradores da classe B e com formação superior na capital paulista; insegurança dispara tanto entre pobres quanto entre ricos
       


      19/06/2013
      07/10/2012
      30/09/2012
      Mais notícias: 1 2 3 Próximo