sábado, 28 de janeiro de 2012

ALÔ UBATUBA ! EIS UM EXEMPLO A SER SEGUIDO

Verão Ilhabela Viva 2012 terá “Circuito Praia Limpa de Corridas” no Perequê




A Praia do Perequê em Ilhabela será palco neste domingo (29) do “Circuito Praia Limpa de Corridas”, prova que terá percursos de 5km e 10km, como parte da programaçãodo Verão Ilhabela Viva 2012, promovido pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação.

O horário de largada da prova será às 8h e os competidores inscritos poderão retirar seus kits das 6h às 7h50 na arena do Verão Ilhabela Viva, na Praia do Perequê. São esperados mais de mil atletas.

O “Circuito Praia Limpa de Corrida” é realizado pela Rede Acesso com apoio institucional da Prefeitura, Governo Federal e Lei de Incentivo ao Esporte.

Neste final de semana, quem estiver na arena do projeto poderá desfrutar de clínicas de frescobol, recreação infantil, ginástica laboral e aeróbica, apresentaçõesde Jiu-Jitsu, projetos “Praia Acessível” e “Vela para Todos”.

Para mais informações, fotos e outras novidades sobre o Verão Ilhabela Viva 2012, o interessado poderá acessar o site oficial da Prefeitura de Ilhabela (www.ilhabela.sp.gov.br)ou na página do evento na rede social Facebook (www.facebook.com/veraoilhabela).



UÉ ! O FATO DE SER TRAFICANTE NÃO QUER DIZER QUE O CARA TENHA MAL GOSTO

Casa onde o traficante FB foi preso tinha móveis de luxo e lareira


Segundo a polícia, criminoso alugava a casa em Campos do Jordão. Advogado do dono do imóvel nega e diz que casa foi emprestada a parente

A casa onde foi preso o traficante Fabiano Atanázio da Silva, conhecido como FB, é de alto padrão. Ela está localizada em Alto do Capivari, que é um bairro nobre em Campos do Jordão. O G1 entrou no imóvel de três quartos e encontrou garrafas de uísque jogadas no chão, latas de cerveja, energético e móveis revirados.



No domicílio, que tem um corredor envidraçado, um quintal amplo, lareira e móveis de primeira linha, foi realizada na noite de sexta (27) a operação policial que levou à prisão de FB e outros três suspeitos, entre ele o traficante Claudinho CL e outro homem, que era procurado pela Justiça de SP e estava com documentos falsos, segundo a Polícia Civil. O terceiro suspeito detido foi liberado pouco depois pela polícia, pois não havia nada contra ele.



estavam fora da parede, roupas estavam espalhadas pelo chão, como constatou a reportagem. A faxineira da casa, que não quis se identificar, disse que chegou na manhã de sábado (28) e foi pega de surpresa pelo estado do imóvel. "Venho aqui todo dia fazer a limpeza. Cheguei e vi a casa toda aberta e revirada", afirmou.



O delegado Antenor Lopes Júnior, da 25ª DP do Rio de Janeiro (Engenho Novo), disse ao G1 que o traficante alugou o imóvel por R$ 18 mil ao mês. O advogado Ary Bicudo, que defende o dono da casa, nega. Ele afirma que o imóvel havia sido emprestado para o cunhado do proprietário. Bicudo disse que o "pessoal do Rio de Janeiro" (Claudinho CL e FB) chegou à residência para passar o fim de semana sem o conhecimento do dono do imóvel.



"Ele [dono da casa] está surpreso com a situação. Não sabia do envolvimento do cunhado com pessoas dessa natureza", afirmou Bicudo. Segundo o advogado, o proprietário estava em São Sebastião quando aconteceu a operação policial.



O G1 conversou com o homem que disse ser o dono da casa e negou conhecer o traficante. Ele não quis se identificar. Segundo o dono, a casa é de veraneio. O proprietário vai dar depoimento para a Polícia Civil na próxima terça-feira, segundo o advogado.



O cunhado do dono do imóvel foi preso na mesma operação policial - ele é o suspeito que estava com documentos falsos, segundo o delegado Darcy Ribeiro, da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de São José dos Campos, que acompanhou a operação. Ele foi enviado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Taubaté.



Reservado



"Ele veio morar na região há menos de um ano. Trazia amigos aos fins de semana para um churrasco, mas não fazia grandes festas, era reservado", afirmou Expedito Jorge, de 40 anos, o caseiro que mora em um imóvel vizinho à casa onde FB foi preso.



O movimento dos policiais alarmou a vizinhança. O filho de Expedito disse ter ouvido carros cantando pneus de madrugada, às 2h. "A movimentação foi depois que nós chegamos das compras, às 20h30. A gente mesmo não ouviu muita coisa porque a nossa casa fica mais afastada", disse o caseiro.



Tanto o caseiro quanto o filho afirmam que o dono possuía o imóvel há menos de um ano e que não ficava muito tempo na casa durante a semana. "Ninguém espera que isso [a prisão do traficante] aconteça na porta de sua casa", disse Expedito.



Entenda o caso



O traficante Fabiano Atanázio da Silva foi preso na noite de sexta-feira (27) com outros três suspeitos, entre eles o traficante Claudinho CL e um homem que era procurado pela Justiça de São Paulo. O grupo estava em uma residência de luxo em Campos do Jordão. Após a prisão, FB foi transferido para São José dos Campos e, depois, levado para o complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, no Rio de Janeiro, na tarde deste sábado (28). Claudinho e o outro homem ficaram detidos e o terceiro suspeito foi liberado.



O delegado Antenor Lopes Júnior, da 25ª DP (Engenho Novo) afirmou que o traficante não ofereceu resistência ao ser preso. Segundo a polícia, FB disse ainda que continuava a comandar o tráfico de drogas em outras favelas do Rio, como Chatuba e Juramento. O traficante teria confessado também que comandou a fuga de traficantes do Conjunto de Favelas do Alemão, em 2010.



O delegado contou que FB é uma pessoa bem articulada e inteligente e conversou bastante com ele. Segundo o policial, o traficante disse que estava gostando muito de Campos de Jordão, onde estava havia uma semana de férias, frequentando bons restaurantes e lojas. Na garagem da casa, foi encontrada uma BMW e uma moto, segundo a polícia.



Segundo a Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro, FB seria ex-chefe do tráfico de drogas da Vila Cruzeiro. Em 17 de outubro de 2009, ele teria comandado um ataque ao Morro dos Macacos, onde traficantes derrubaram um helicóptero da Polícia Militar, matando dois policiais.



Já Claudinho CL comandava atualmente o tráfico de drogas dos morros do Cajueiro e Congonhas. Ele seria um dos responsáveis pelas constantes tentativas de invasão do Morro da Serrinha, controlada por uma facção rival à dele, informou a secretaria.





VAI DAR PRAIA !

O tempo deve abrir um pouco neste domingo. Veja na previsão do tempo


O domingo será de sol entre nuvens e as temperaturas máximas começam a subir um pouco.

Em São José dos Campos, mínima de 17ºC e máxima de 25ºC. Em Taubaté, a máxima pode chegar a 28ºC.

Na serra da Mantiqueira, Campos do Jordão terá máxima de 20ºC.

No litoral norte, Ubatuba terá máxima de 25ºC e mínma de 18ºC.

Na região Bragantina, Atibaia e Vargem terão máximas de 23ºC.








sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

EVENTO RADICAL

Desafio Aéreo de Surf reúne feras da modalidade em São Sebastião


Manobras do surf aéreo têm efeito visual diferenciado



Acontece em São Sebastião neste sábado (28) e domingo (29) o Desafio Aéreo de Surf. O evento vai reunir os melhores da modalidade com premiação.

Participarão oito surfistas de cinco estados brasileiros na disputa da manobra aérea mais radical. O evento, na praia de Maresias, na Costa Sul, terá um sistema de pontuação diferenciado e o campeão sairá da soma das notas dos aéreos. Os surfistas terão quatro baterias no estilo ‘homem x homem’ de 30 minutos no sábado, a partir de 8h. As semifinais (30 minutos) e final (uma hora) serão no domingo.

Estão confirmados Ícaro Rodrigues, do Guarujá; Igor Moraes, de Ubatuba; Gustavo Schilikmann, de Santa Catarina e Leo Hereda, da Bahia. Para Ícaro, "Este estilo de surf tem crescido nos últimos anos. Os surfistas estão se especializando nas decolagens, porque a pontuação costuma ser maior mesmo nos eventos principais. Por isso, toda a preparação é diferente na água", afirma o atleta de 22 anos e um dos melhores do país. O surfista já venceu competições nesse estilo na praia local de Cambury e em Itajaí (SC).

Nas manobras do surf aéreo o surfista chega a sair da onda com a prancha aplicando variações como drop e 360 graus, para depois retornar à onda. Os atletas usam, geralmente, pranchas menores, e o estilo exige preparo físico apurado, pois provoca impactos fortes no joelho e no tornozelo.



MAS NÃO HÁ RESPEITO POR MAIS NADA

Jacareí: Polícia investiga vizinhos e frequentadores de mosteiro assaltado


'Chama a atenção o conhecimento sobre o dia a dia do local', diz delegado. Padre Antonio Maria foi feito refém junto com freiras

O delegado responsável pela investigação do assalto ao mosteiro do padre Antônio Maria em Jacareí, afirma que a polícia analisa a participação de frequentadores e moradores do entorno do local religioso no crime, cometido na quarta-feira (25). Ao menos seis homens renderam 15 pessoas - entre freiras, funcionários, moradores e o próprio padre Antônio Maria - e levaram eletrodomésticos, dois carros e R$ 1,1 mil em dinheiro.

Segundo Talis Prado Pinto, delegado-assistente da seccional de Jacareí, chama a atenção dos investigadores o conhecimento demonstrado pelos assaltantes sobre a rotina e as hierarquias estabelecidas dentro do mosteiro.

“A dinâmica do assalto sugere que os criminosos sabiam quem era quem dentro do mosteiro. Eles (os criminosos) já devem ter ido às missas, devem ter conversado com as freiras ou com alguns dos funcionários. Eles sabiam quem era quem, sabiam que o padre morava naquele ponto, que as freiras dormiam naquela outra casa e que o zelador ficava em outro local”, diz Prado Pinto.

Além da disposição geográfica das pessoas pelo mosteiro, o delegado também ressalta a maneira como a ação foi conduzida. Após renderem o zelador, os criminosos passaram pela casa onde sete freiras dormiam na noite de quarta-feira e foram diretamente até a casa do padre Antônio Maria, localizada no alto do sítio. Lá, os assaltantes renderam um dos filhos adotivos do padre para, somente depois, imobilizar com cordas o religioso, que teve as mãos amarradas para trás.

“Eles utilizaram o filho pare atrair o padre. Depois, utilizaram o mesmo recurso com as freiras. Fizeram o caseiro bater na porta das freiras dizendo que o padre estava passando mal”, afirma o delegado.

Foi assim que a madre superiora do mosteiro, Rosana dos Santos Coelho, destrancou a porta do mosteiro, onde foi também rendida pelos assaltantes.

“Os criminosos souberam neutralizar os pontos do convento. Primeiro pegaram o padre, depois renderam as irmãs. Eles podem ter conversado com alguém antes para pegar informações do dia a dia do local, que aparentemente conheciam bem”, diz o delegado Prado Pinto.

Perdão

Em entrevista o padre Antônio Maria diz que um dos criminosos que invadiu e assaltou o mosteiro perguntou ao religioso se ele será perdoado por Deus.



“Eu estava sozinho com um dos rapazes e ele me desamarrou. Então eu disse: ‘Meu irmão, não sei seu nome e sei que você não vai falar. Mas sou seu irmão e, se você me permite, deixe-me te dar um abraço.’ E ele disse: ‘sim padre’. Fomos um de encontro ao outro. E nesse abraço, que foi de verdade, ele disse: ‘Padre, será que Deus me perdoa?’ Aí eu disse: ‘Filho, claro que Deus te perdoa’.”

O padre Antônio Maria, que também é cantor e escritor, conta que, apesar de ter feito mal às pessoas do mosteiro, prometeu rezar pelos criminosos. “Deus é justo. Vocês estão tocando pessoas que Deus ama muito, que largaram tudo por ele. Mas eu vou rezar por vocês.”

Segundo o religioso, tudo tem uma explicação. “O assalto aconteceu em 25 de janeiro, que é dia de São Paulo, um homem que largou tudo por Jesus. Eu acho que isso aconteceu para que todos nós aqui no mosteiro pudéssemos renovar nossa missão com Deus, a de ajudar ao próximo constantemente."

Carros recuperados

No início da tarde desta quinta, a polícia recuperou os dois carros levados pelos assaltantes do mosteiro. Os veículos foram encontrados a cerca de 30 km do mosteiro, em bairros próximos. O primeiro foi encontrado às 7h30 no Jardim Maria Amélia e o segundo, às 14h30, no Jardim Colônia. Os bairros se localizam na periferia da cidade. Ainda segundo a polícia, os carros seguiram para perícia.

Todas as vítimas do crime já foram ouvidas na delegacia. Foram apresentadas ao padre Antônio Maria fotos com prováveis suspeitos, moradores da região, mas ele não conseguiu apontar os autores do assalto.





CUIDADOS COM A SAÚDE

Brasileiro toma mais emagrecedores que seus vizinhos latinos


DA BBC BRASIL



Os brasileiros tomam mais remédios para emagrecer do que qualquer país latino-americano.



O estudo, da empresa especializada em pesquisa de consumo Nielsen Holding, mostra que 12% dos brasileiros usam emagrecedores. A média de consumo na América Latina é de 8%, com Venezuela e Peru registrando apenas 4% que usam esse tipo de medicamento.
Os brasileiros também são os mais insatisfeitos com a silhueta. Cerca de 43% se consideram "um pouco acima do peso" e 16% "acima do peso". Apenas 30% se disseram satisfeitos.

A insatisfação dos brasileiros está acima da média mundial: 35% se acham "um pouco acima do peso".

Os chilenos também se destacam como os que se consideram "muito acima do peso", com 8%. Entre os brasileiros, 3% se enquadram nesses perfil.



COLOMBIANOS SATISFEITOS



Os colombianos, por outro lado, são os mais felizes com a aparência: 44% consideram o seu peso satisfatório e 38% dizem estar um "pouco acima do peso". A média de satisfação na América Latina é de 37%.

O estudo indica ainda que 50% dos brasileiros tentam atualmente perder peso de alguma forma.



Desses, 76% apelam para a mudança na dieta e 64% dizem estar fazendo exercícios.

Os mexicanos são os que mais buscam estar em forma, com 60% que tentam perder peso. Desses, 66% fazem exercícios físicos --os recordistas no quesito na região.

Os que menos se exercitam são os peruanos, com apenas 49%, entre os que que buscam perder peso.



DÚVIDAS SOBRE EMBALAGENS



O estudo afirma também que 52% dos latino-americanos não entendem "nada" ou "apenas parte" das informações nutricionais contidas nas embalagens dos alimentos.

Os latino-americanos (64%) são os que mais defendem a inclusão de informações calóricas nas embalagens, contra 53% dos europeus e apenas 28% dos africanos e árabes.


A pesquisa da Nielsen Holding ouviu 25 mil pessoas por meio da internet.



EU NÃO TENHO DÚVIDA DISSO JÁ, QUANTO A CRACOLÂNDIA EU DISCORDO DA RELATORA

Ação no Pinheirinho viola direitos, diz relatora da ONU


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ELEONORA DE LUCENA

DE SÃO PAULO



O processo de reintegração de posse de Pinheirinho viola os direitos humanos. É preciso suspender o cerco policial e formar uma comissão independente para negociar uma solução para as famílias.
A opinião é da relatora especial da ONU para o direito à moradia adequada, a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik, 55, que enviou um Apelo Urgente às autoridades brasileira pedindo explicações sobre o caso. Para ela, professora da FAU/USP, o país caminha para trás no campo dos direitos humanos e a pauta da inclusão social virou "sinônimo apenas da inclusão no mercado".

Nesta entrevista, ela avalia também o episódio da cracolândia. Faz críticas do ponto de vista dos direitos humanos e da concepção urbanística. Rolnik aponta para violações de direitos em obras da Copa e das Olimpíadas e avalia que "estamos indo para trás" em questões da cidadania.
No plano mais geral, entende que o desenvolvimento econômico brasileiro está acirrando os conflitos em torno da terra --nas cidades e nas zonas rurais. E defende que "as forças progressistas", que na sua visão abandonaram a pauta social, retomem "essa luta".

A seguir, a íntegra.



*

Folha - Qual sua avaliação sobre o caso Pinheirinho?

Raquel Rolnik - Como relatora enviei um Apelo Urgente às autoridades brasileiras, chamando atenção para as gravíssimas violações no campo dos direitos humanos que estão acontecendo no processo de reintegração de posse no Pinheirinho. Posso apontar várias dessas violações. Minha base legal é o direito à moradia adequada, que está estabelecido nos pactos e resoluções internacionais assinados pelo Brasil e que estão em plena vigência no país.

O grande pano de fundo é que não se remove pessoas de suas casas sem que uma alternativa de moradia adequada seja previamente equacionada, discutida em comum acordo com a comunidade envolvida. Não pode haver remoção sem que haja essa alternativa. Aqui se tem uma responsabilização muito grave do Judiciário, que não poderia ter emitido uma reintegração de posse sem ter procurado, junto às autoridades, verificar se as condições do direito à moradia adequada estavam dadas. E não estavam.

O Judiciário brasileiro, particularmente do Estado de São Paulo, não obedeceu à legislação internacional. A cena que vimos das pessoas impedidas de entrar nas suas casas e de pegar seus pertences antes que eles fossem removidos para outro local --isso também é uma clara violação. Isso não existe! Nenhuma remoção pode deixar a pessoa sem teto. Nenhuma remoção pode impor à pessoa uma condição pior do que onde ela estava. São duas coisas básicas.

Nenhuma remoção pode ser feita sem que a comunidade tenha sido informada e tenha participado de todo o processo de definição do dia da hora e da maneira como isso vai ser feito e do destino de cada uma das famílias.

Tudo isso foi violado. Já violado tudo isso, de acordo com a legislação da moradia adequada, tem que fazer a relação dos bens. Remoção só deve acontecer em último caso. Isso foi absolutamente falho.



Essa área não poderia ser decretada de importância social?

Não pode haver uso da violência nas remoções, especialmente com crianças, mulheres, idosos e pessoas com dificuldade de locomoção. Vimos cenas de bombas de gás lacrimogêneo sendo jogadas onde tinham mulheres com crianças e cadeirantes. Coisa absolutamente inadmissível.

Desde 2004 a ocupação existe e acompanhei como ex-secretária nacional dos programas urbanos do Ministério das Cidades. A comunidade está lutando pela urbanização e regularização desde 2004. Procuramos várias vezes o então prefeito de São José dos Campos para equacionar a regularização e urbanização.

O governo federal ofereceu recursos para urbanizar e para regularizar a questão fundiária. O governo federal não executa. O recurso é passado para municípios.



O que aconteceu?



Prefeito do PSDB jamais quis entrar em qualquer tipo de parceria com o governo federal para viabilizar a regularização e urbanização da área.

Por quê?

Pergunte para ele. Nunca quis tratar. A urbanização e regularização da área seria a melhor solução para o caso. A situação é precária do ponto de vista de infraestrutura, mas poderia ser corrigida. Aquela terra é da massa falida da Selecta, que é um grande devedor de recursos públicos, de IPTU. A negociação dessa área seria facilitada.

Se poderia estabelecer com eles uma dação em pagamento. Mesmo se não fosse viável uma dação em pagamento, a terra poderia ser desapropriada por interesse social, pelo município, Estado ou União.

Como fica a questão dos credores da massa falida?

Não sei quantos e quais são os credores. Recebi informações, que não sei se estão confirmadas, de que os maiores credores são os próprios poderes públicos, prefeitura municipal, Estado e governo federal, dívidas de INSS e impostos com o governo federal, principalmente dívidas com o município e governo federal. Não tenho certeza. Faz todo o sentido o equacionamento dessa terra para os poderes públicos e a posterior regularização fundiária para os moradores.

Como a sra. analisa a questão da disputa partidária no episódio, envolvendo PSDB, PT. O PSTU jogou para o confronto? Poderia ter solução sem confronto?

Não podemos ignorar que a questão partidária intervém nessa questão e em muitas outras. Há presença do conjunto dos partidos do país na disputa dos conflitos fundiários, assim como no investimento, regularização e urbanização dessas áreas. Existe a questão partidária e ela foi explorada nesse caso.

A questão fundiária do Brasil é politizada integralmente. Não só nesse caso. Há presença dos partidos também no momento que se muda o zoneamento da cidade para atender os anseios de determinados grupos imobiliários que vão doar para determinadas campanhas. Não tem processo decisório sobre a terra no Brasil que não esteja atravessado por questões econômicas e políticas.

Independentemente disso, atender plenamente aos direitos dos cidadãos tem que ser cobrado por nós, cidadãos brasileiros. Não quero saber se o PT, o PSDB, o PSTU estão querendo tirar dividendos disso. Como cidadã, isso não interessa. O que interessa é que o cidadão, as pessoas têm que ser tratadas como cidadãos, independentemente da sua renda, independente se são ocupantes formais ou informais da terra que ocupam, independentemente da sua condição de idade, gênero.

Não pode haver diferença e nesse caso houve claramente um tratamento discriminatório. E isso a lei brasileira impede que seja feito. Então há uma violação.

O PSTU jogou para o confronto?



Não tenho detalhes de como cada uma das lideranças agiu antes e durante a entrada da polícia. Se houve um líder que conclamou à violência, essa informação eu não tenho. É fato que a comunidade procurou resistir, porque acreditou que aquela liminar que suspendia a reintegração ainda estava válida. Por isso resistiu. Pode ter alguém conclamando à resistência ou não. Se a comunidade vai entrar nessa ou não, depende da própria avaliação que a comunidade faz: se ela tem chance de ficar ou não. A comunidade acreditou que a liminar estava suspensa e estava apostando em uma solução que estava em andamento.

Chamo atenção para a enorme irresponsabilidade do Judiciário nesse caso. Tínhamos uma situação de negociação em andamento. Sou contra [o confronto]. Sou absolutamente a favor de soluções pacíficas e, nesse caso, elas não foram esgotadas. Um contingente de 1.800 homens, helicópteros, usando elemento surpresa, uma linguagem de guerra.

Como avalia PT e PDSB nesse caso. A sra é do PT, não?



Não. Eu aqui falo como relatora dos direitos à moradia adequada. A questão partidária que existe é irrelevante. Os direitos dos cidadãos precisam ser respeitados.
O que se deve esperar como consequência concreta desse Apelo? A sra. acredita que possa haver reversão desse processo?
As autoridades têm 48 horas para responder ao Apelo. Confirmando ou não as informações de violação. Estamos alegando que houve informações sobre feridos, eventualmente mortes, que não houve. O Apelo é mandado para a missão permanente do Brasil em Genebra, que manda para o Ministério das Relações Exteriores e o MRE é quem faz o contato com a prefeitura, o governo do Estado e os órgãos do governo federal para responder.
Amanhã [hoje] faço um pronunciamento público. Nele peço que seja imediatamente suspenso o cerco policial, que se estabeleça uma comissão de negociação independente, com a participação da prefeitura, governo do Estado, governo federal e representação da própria comunidade, para que se possa encontrar uma solução negociada para o destino da área e das famílias. Que é a questão principal: o destino das famílias. Na minha opinião, idealmente, isso deveria envolver a própria área.



A sra. não descarta a hipótese das famílias voltarem para a mesma área?

Não descarto. Se houver um acordo em torno da questão da terra, inclusive com a massa falida da Selecta, seria possível. O mais importante: temos que acabar com esse tipo de procedimento nas reintegrações de posse no Brasil.
Não é só no Pinheirinho que estão acontecendo violações. Tenho denunciado como relatora que as remoções que estão acontecendo também violações no âmbito dos projetos de infraestrutura para a Copa e para as Olimpíadas. Menos dramáticas, talvez, do que no Pinheirinho, mas igualmente não obedecendo o que tem que ser obedecido.

A questão social no Brasil ainda é um caso de polícia?

Infelizmente tenho a sensação de que estamos indo para trás. Porque nós --e a minha geração fez parte disso-- lutamos pelo Estado democrático de direito, pela questão da igualdade do tratamento do cidadão, pela questão dos direitos humanos. Para nós, a partir da Constituição isso virou um valor fundamental.
Nesta mesma Constituição se reconheceu o direito dos ocupantes de terra com moradia, que ocuparam por não ter outra alternativa.
Está na Constituição e, agora que o Brasil está virando gente grande do ponto de vista econômico, estamos voltando para trás no que diz respeito a esses direitos. Estamos assistindo a remoções sendo feitas sem respeitar [esses direitos]. Estamos assistindo um discurso totalmente absurdo --de que eles, que ocupam áreas, que não tiveram outra alternativa, são invasores. Como eles não obedeceram a lei, não temos que obedecer lei nenhuma com eles.
É um discurso pré-Constituinte. Isso foi amplamente reconhecido na Constituição. Tem artigo sobre isso. Estamos tratando essas questões não só aí [no Pinheirinho]. Veja como isso está sendo tratado na cracolândia. Vemos isso em várias remoções nos casos da Copa e das Olimpíadas. Simplesmente há um discurso: eles são invasores, não obedeceram a lei, para eles não vale nada da lei. Estamos picando a Constituição.



Por que estamos indo para trás?


É preciso ver como se foi constituindo uma pauta dominante. Como a pauta da inclusão social acabou sendo sinônimo apenas da inclusão no mercado, via melhoria das condições de renda. A inclusão no campo cidadão acabou tendo um papel muito menor e menos importante.
Nesse momento de desenvolvimento econômico muito importante, as terras urbanas e rurais adquirem um enorme valor econômico. Os conflitos em torno da terra estão sendo acirrados em função disso, dado o enorme e importante valor que a terra está assumindo. A exacerbação dos conflitos de terra tem a ver com o aumento do interesse pela terra.

Qual sua visão sobre os incêndios em favelas em São Paulo?

Que favelas pegam fogo em São Paulo? As favelas melhor localizadas. Não vejo notícia de favela pegando fogo na extrema periferia na região metropolitana, que é onde mais tem favela.

Qual é a sua hipótese?


A hipótese tem a ver com a importância estratégica de uma parte da terra ocupada por favelas --a importância estratégica para o mercado imobiliário de uma parte da terra ocupada por favelas. Trata-se de uma espoliação: uma terra valiosa em que você tira a favela e pode atualizar o seu valor. Dentro de um modelo em que o único valor que importa é o valor econômico e os outros valores não importam, tirar essa terra valiosa de uma ocupação de baixa renda faz sentido.
Mas a terra tem outros valores. Por exemplo, a função social da terra, outra coisa que está escrita na nossa Constituição. Não estou afirmando que esses incêndios sejam criminosos, porque não tenho nenhuma prova, nenhuma referência que me permita dizer isso. Entretanto, acho fundamental que esses incêndios sejam investigados. Por que esses incêndios estão ocorrendo agora exatamente nessas favelas?

Como a sra. analisa a questão da Cracolândia?



Tem muito a ver com isso tudo, embora existam outros direitos humanos envolvidos. Estamos fazendo um Apelo Urgente também sobre a cracolândia, conjuntamente com o relator para direitos da saúde e com o relator sobre tratamento desumano e tortura. Devemos enviar brevemente.
Estamos numa situação em que um projeto urbanístico, que é o da Nova Luz, tem como principal instrumento a concessão dessa área integralmente para a iniciativa privada. A viabilização para a concessão dessa área é entregar essa área "limpinha". "Limpinha" significa sem nenhuma população vulnerável, marginal, ambígua sobre ela. E, no máximo possível, com imóveis demolidos, para permitir que se faça um desenvolvimento imobiliário com coeficiente de aproveitamento muito maior, prédios mais altos etc. E, portanto, com muito mais potencial de valor no mercado. Isso está diretamente relacionado ao modelo da concessão urbanística.
No plano urbanístico da Nova Luz, um dos principais princípios é liberar áreas dos imóveis e das pessoas que ocupam hoje, para permitir que essas áreas sejam incorporadas pelo mercado imobiliário com potenciais de aproveitamento maiores.
Tenho uma crítica do ponto de vista dos direitos humanos, da forma como tem sido feito. Como no caso do Pinheirinho: uso da violência policial e incapacidade de diálogo com a população. Mas também como urbanista tenho uma enorme crítica a esse plano da Nova Luz, que desrespeita o patrimônio material e imaterial ali presente. O bairro da Santa Ifigênia é o bairro mais antigo de São Paulo. É o único que ainda tem uma morfologia do século 18. Uma parte dos imóveis que está sendo demolida, supostamente interditada, deveria ser restaurada e reocupada. A ação é duplamente equivocada --do ponto de vista urbanístico e dos diretos humanos.



Como a sra. resume toda essa situação? É um processo de expulsão dos mais pobres?


Exatamente. Eu me recuso a chamar aquele local de cracolândia, porque foi um termo forjado pela Prefeitura de São Paulo. O fato de essa área estar ocupada por pessoas viciadas, que estão no limite da inumanidade, foi produto da ação da prefeitura, que entrou nessa área demolindo, largando a área, não cuidando da área, deixando acumular lixo e transformando essa área em terra de ninguém.
Isso é fruto da ação da prefeitura e não da falta de ação da prefeitura. Para depois chamar de cracolândia e depois constituir um motivo para entrar dentro dessa área derrubando tudo, prendendo todo mundo e limpando aquela área como terra arrasada para que uma ação no mercado imobiliário possa acontecer.



Qual é o panorama geral?

Estamos caminhando perigosamente no sentido da hegemonia do valor econômico da terra como único valor, desconstituindo avanços importantes que a sociedade brasileira fez no reconhecimento do direito de cidadania. Isso é muito perigoso para o país. Espero sinceramente que a partir da comoção do debate gerado sobre o Pinheirinho se possa reverter esse caminho.



A sra. está otimista?



O Brasil tem a faca e queijo na mão para poder mudar radicalmente de atitude. O Brasil tem recursos econômicos. Tem um ordenamento jurídico que permite respeitar os direitos.
O Judiciário tem que acordar para aplicar não apenas o direito de propriedade nos processos que envolvam conflitos de propriedade, mas também o resto do ordenamento jurídico que temos.
Os Executivos municipais, estaduais e federais também têm que rever a sua ação no sentido de obedecer isso. Temos recursos e temos uma base jurídica para poder recuperar esse caminho.



O modelo hoje beneficia os mais ricos?



É muito genérico falar dos mais ricos. É preciso ver quais são os interesses beneficiados e que não estão sendo beneficiados. Qual é a coalizão de interesses que está promovendo esse tipo de ação.
Temos que entender que sempre existiram forças conservadoras no país. Por que hoje elas têm mais força, mais poder? As forças progressistas abandonaram essa pauta e essa agenda e precisam retomá-las. Existem forças progressistas no Brasil.



Abandonaram a pauta social por quê?



Porque privilegiaram fundamentalmente a inclusão pelo consumo, o maior poder de compra, a valorização de salário, que são pautas fundamentais. Mas não pode ser só isso. Está na hora das forças progressistas retomarem essa luta.



quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

MAS SÓ NO GUARUJÁ ?

Prefeitura vai proibir aluguel de jet ski no Guarujá, SP


Falta de rigor no aluguel dos equipamentos causou a morte de adolescente. Reportagem denunciou que aluguel não exige habilitação

A prefeitura de Guarujá, no litoral paulista, irá proibir o aluguel de jet ski. No domingo (22), o Fantástico exibiu uma reportagem mostrando que, mesmo sem habilitação para conduzir esse tipo de embarcação, qualquer pessoa consegue alugar um jet ski, na Praia da Enseada.
A reportagem mostrou que os comerciantes não exigem documentos para fazer o aluguel. Apesar da denúncia, as barracas que alugam os equipamentos continuavam trabalhando normalmente.

A falta de rigor no aluguel dos equipamentos causou a morte de uma adolescente de 17 anos em 2010. Mesmo sem habilitação, a garota que passava férias na cidade alugou um jet ski e se envolveu em um grave acidente. Ela teve um traumatismo craniano e não chegou a ser socorrida.

“A decisão foi fundamentada em processo administrativo”, afirmou Adilson Cabral, que é secretário de Finanças da Prefeitura de Guarujá. As pessoas que fazem esse aluguel ainda devem ser notificadas da decisão.

















quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

FASHION OU NÃO EU SOU DO TEMPO EM QUE EXISTIA OS SACOS DE PAPEL NOS SUPERMERCADOS

Clientes adotam bolsas 'fashion' no lugar de sacolas de supermercados


Beleza, design e durabilidade atraem consumidores das ecobags

Estampas coloridas, design diferenciado, beleza e durabilidade. São essas as características que os consumidores estão levando em conta na hora de comprar bolsas reutilizáveis, as chamadas ecobags, para substituir as sacolas plásticas tradicionais nos mercados de São Paulo. A partir desta quarta-feira (25), a maioria dos supermercados do estado deixará de fornecer as sacolinhas.

O design e as cores das bolsas de ráfia do Pão de Açúcar da Vila Clementino, na Zona Sul, atraíram o arquiteto Luiz Felipe Aguiar, de 34 anos, e a administradora Roberta Urata, de 32. Eles moram na Austrália e decidiram levar duas ecobags "fashion" para o país, para onde voltam na próxima semana. "Me parece um bom produto. Se você fizer uma coisa bacana, que não é só prática, mas também bonita, as pessoas vão querer mais e vão comprar", ressalta Aguiar.

O casal, que vive há seis anos em Perth, na parte ocidental da Austrália, afirma que as bolsas de lá rasgam com facilidade. "Eles não fornecem sacola plástica de maneira alguma nos mercados de lá. As que você pode comprar no supermercado são mais frágeis que essas daqui [de ráfia], elas são feitas de um tecido parecido com feltro", diz o arquiteto. Roberta elogia as fotos em close de frutas e as cores das ecobags.

A terapeuta corporal Marina Allodi, de 42 anos, afirma escolher suas bolsas pela cor - ela tem mais de dez em casa. Na hora das compras no supermercado, ela levava duas ecobags vermelhas. "Eu procuro cores alegres, imagens interessantes. Eu tenho de várias cores, mas adoro vermelho", diz, rindo.

A resistência dos materiais também faz diferença para Marina. "Uso algumas bolsas [de outras lojas], quando são fortes, de um material que você consegue pôr bastante peso", afirma. Ela considera que as ecobags ajudam a ser mais objetiva no supermercado e evitar compras desnecessárias. "Eu levo menos coisas, o que é bom, eu controlo o que é necessário [comprar]."

Apesar de não estar com a sua ecobag preferida, a advogada Luciana do Rosário Pires, de 33 anos, afirma que a estética faz diferença na hora de comprar as bolsas. "Carregar no ombro uma ecobag mais bonitinha é melhor do que levar as sacolinhas de plástico na mão", diz.

O G1 percorreu supermercados de três redes (Carrefour, Pão de Açúcar e Sonda) e encontrou ao menos oito tipos diferentes de bolsas reutilizáveis - feitas de lona, de algodão, de plástico reciclado de garrafas PET, de tecido TNT e de ráfia (tipo de plástico, também conhecido como polipropileno). Os preços variam de R$ 1,99 a R$ 13,90.

A orientação dada pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) é que as redes ofereçam ao menos um tipo de sacola a preço de custo. Existem também outras opções: carrinhos com bolsas adaptadas, caixas de plástico dobrável, caixas de papelão e sacolas biodegradáveis (chamadas também de biocompostáveis). Em todos os supermercados havia caixas de papelão gratuitas à disposição dos clientes e sacolas biocompostáveis - vendidas a R$ 0,19, em média.





ENQUANTO EXISTIR COMPRADOR SEMPRE HAVERÁ UM DESMANCHE

Polícia encontra desmanche ilegal de carros em Ubatuba


Local foi encontrado na manhã desta segunda-feira (23) no km 46 da via


A Polícia Rodoviária Federal encontrou um desmanche ilegal de carros na manhã desta segunda-feira (23) na BR-101, em Ubatuba. Segundo a corporação, pouco depois das 11h, um carro que estava com queixa de roubo foi localizado na altura do km 46 da via. Ele estava em frente ao desmanche.

No interior do galpão, os policiais encontraram mais um carro com queixa de roubo, quatro motores com indícios de adulteração e três outros veículos com restrições judiciais. A perícia foi acionada e o caso foi registrado na Delegacia de Ubatuba. Ninguém foi preso.





NADA JUSTIFICA A TRUCULÊNCIA

Por dentro do Pinheirinho: veja imagens inéditas do local


Barracos de madeira dividiam espaço com casas de alvenaria e até sobrados

Pela primeira vez após a reintegração de posse, a equipe de reportagem da Rede Vanguarda entrou no Pinheirinho. Casas estão sendo demolidas e moradores tentam salvar móveis, roupas e materiais de construção.







A Polícia Militar espera finalizar os trabalhos nesta quarta-feira (25) e entregar o terreno à Justiça. As ruas estavam desertas. O barracão, que abrigava reuniões do Movimento Sem-Teto e também missas, está no chão. Alguns moradores, acompanhados por policias e oficiais de justiça, tiravam os móveis das casas. A moradora Sheila juntou os poucos pertences em um carrinho de reciclagem. Durante dois anos, ela morou com o marido em um barraco de madeira. E já pensava em fazer uma casa melhor, de alvenaria. Mas foi surpreendida no domingo, pela Tropa de Choque da Polícia Militar.

“A gente estava feliz porque o líder daqui falou para a gente ficar sossegado porque no fim de semana não ia ter confronto porque eles não poderiam entrar aqui para tirar a gente. Aí pegaram todo o mundo de surpresa às 5h da manhã”.

Ela não aceitou ajuda da prefeitura. Por enquanto está alojada na igreja do Campo dos Alemães. “Perdi o emprego, perdi a casa, agora eu vou lutar para conseguir pagar aluguel”.

Dentro da área invadida há muitos contrastes. Ao lado de barracos de madeira, estão casas de alvenaria, onde percebemos que o morador investiu. Casas bem acabadas e sobrados chamam a atenção. Em uma das casas, o morador fez uma pequena piscina. Ela foi construída em agosto do ano passado, quando já havia uma ordem de reintegração de posse.



O morador Oliveira fazia hoje a sua mudança. Ele investiu no Pinheirinho. Abriu uma mercearia e nos fundos construiu uma casa confortável, com piso de cerâmica, azulejos, móveis de qualidade e até projetor de cinema. Agora vai começar uma vida nova mais distante daqui, em Jacareí. “Isso aqui não é nada. Estou levando a minha família, o que sobrar é lucro”.






Na área, 40% das casas já foram demolidas, segundo a Polícia Militar. O que se vê é muito entulho pelas ruas. E tratores trabalhando no local. A PM espera entregar o terreno à Justiça até esta quarta. “Até amanhã (quarta), meio dia a gente quer fazer a entrega à Justiça do terreno. Nós estamos com 400 policiais na área e a força tática fazendo patrulhamento. A preocupação nossa não é depois de entregue a área, não é com a área, a área vai ser entregue ao seu proprietário, mas com os moradores da região, aí nós vamos manter um trabalho de policiamento forte”. Ainda segundo o comandante da PM, desde a reintegração, 32 pessoas foram detidas e nove permanecem presas.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

TODOS NÓS SABEMOS QUE ISSO NÃO FUNCIONA COM 300,00 REAIS O QUE ESSAS FAMÍLIAS IRÃO ALUGAR ?

Governo de SP anuncia aluguel social aos moradores do Pinheirinho


Benefício de até R$ 500 será dado às famílias cadastradas pela Prefeitura

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira (24) que as famílias retiradas da região conhecida como Pinheirinho, em São José dos Campos, vão receber aluguel social do governo. O valor do benefício é de até R$ 500.

A operação policial de reintegração de posse começou no domingo (22), com cerca de 2 mil homens, segundo a PM. Na segunda-feira (23), foi iniciada a remoção dos pertences dos moradores e também a demolição das casas, trabalho continuado nesta terça.

Em entrevista à Rádio Globo, Alckmin afirmou que o auxílio será oferecido aos moradores que foram cadastrados pela Prefeitura nos últimos dias. “Você não constrói casa em 24 horas, mas você paga o aluguel social [...]. A essas famílias cadastradas será oferecido aluguel social até que elas possam entrar nos programas habitacionais do governo.”

O governador disse que as unidades habitacionais devem ficar prontas “no menor espaço de tempo”. Ele, porém, não estipulou um prazo. “Como não é muito rápido, você precisa construir as unidades, você garante, através do aluguel social, que as pessoas tenham a tranquilidade de ter a sua moradia até que as unidades estejam prontas.”

O prefeito Eduardo Cury (PSDB) disse na segunda que agentes sociais cadastraram 925 famílias no Pinheirinho, em um total de 2.856 pessoas. O número representa menos de 50% do total de famílias que o movimento pró-moradia dizia ter na área. No total, 760 pessoas, que não tinham outra opção de moradia, foram encaminhadas para abrigos. Outras 55 famílias pediram passagens à Prefeitura para retornar às suas cidades de origem.

O governador aproveitou a entrevista desta terça para dizer que a reintegração de posse não é de sua responsabilidade. “A Justiça decide e manda o oficial de Justiça fazer o cumprimento da ordem judicial. Não há respeito ao cumprimento, o Judiciário requisita a polícia para fazer cumprir. Não é o governador que queira, não queira, é a polícia judiciária que é requisitada pela presidente do Tribunal de Justiça.”

Até o fim da manhã desta terça, 32 pessoas foram detidas, segundo balanço da Polícia Militar. De acordo com o coronel Manoel Messias Mello, comandante do Policiamento do Interior I, responsável por 39 municípios na região, nove dos detidos ficaram presos por estarem em situação de flagrante ou terem mandado de prisão decretada.

Minha Casa, Minha Vida

O anúncio do auxílio aluguel ocorreu no mesmo dia em que o governo federal disse estudar a expansão do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida aos moradores que viviam no terreno de Pinheirinho. A proposta foi levada nesta terça-feira (24) ao Advogado-Geral da União, Luiz Inácio Adams, pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

"[Por meio do programa] Minha Casa Minha Vida poderá ser destinada para cada família R$ 65 mil do governo federal mais R$ 20 mil do governo estadual que possibilitariam a realização de um empreendimento de moradia de natureza social para pessoas de renda de um, dois, três salários mínimos. Isto está como uma possibilidade concreta", disse o senador.

O terreno do Pinheirinho tem 1,3 milhão de m², foi invadido em fevereiro de 2004 e pertence à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

EXAGERO DAS AUTORIDADES

Tratores derrubam barracos no Pinheirinho; polícia vai passar a madrugada no local




No fim da tarde deste domingo, tratores começaram a demolir algumas casas e barracos do terreno do Pinheirinho, em São José dos Campos. Houve um princípio de tumulto. Pessoas que estavam no centro de triagem enfrentaram os policiais. E a Força Tática precisou agir com gás de pimenta e tiros de borracha. A PM ainda não tem uma previsão de deixar o local. Em entrevista ao G1, a polícia diz ter concluído a remoção.

Clima nos bairros vizinhos

O clima também foi de muita tensão neste domingo (22) nos bairros próximos ao Pinheirinho, em São José dos Campos. O VNews mostrou a apreensão dos moradores. Houve confronto entre moradores, Polícia Militar e Guarda Municipal. Vários veículos foram incendiados, e prédios públicos depredados.

No Campo dos Alemães, a Tropa de Choque ocupou as ruas afastando moradores e curiosos do Pinheirinho. Quem ficou fora do cordão de isolamento se preocupava com parentes que estavam dentro da área invadida. Uma mulher tinha acabado de ser atendida no Posto de Saúde antes de falar ao Vanguarda TV. Ela disse que se feriu com uma bomba jogada no Pinheirinho.

Carros foram impedidos de passar. Em deles tentou furar o bloqueio. Os dois homens que estavam no veículo foram retirados e detidos. Os moradores protestaram contra a presença dos policiais. Atiraram pedras e estouraram rojões. A polícia revidou com tiros de balas de borracha, bombas de efeito moral e gás pimenta.

Pelos menos 8 veículos foram queimados na zona sul. Um carro da TV Vanguarda foi incendiado, mas ninguém ficou ferido. Espaços públicos viraram alvo. As grades do Centro Poliesportivo do Campo dos Alemães foram derrubadas. E a Guarda Municipal recebeu pedradas de todo lado.

No local, a prefeitura havia montado tendas para receber os moradores do Pinheirinho. A guarda reagiu. Segundo a Polícia Militar um homem ficou ferido nesse confronto.

Durante a tarde, o ataque a prédios públicos continuou. Manifestantes colocaram fogo na Fundhas. A prefeitura informou que reforçou a segurança nas unidades da região sul, como creches, escolas e postos de saúde.

Sobrou pouca coisa no espaço usado para educar crianças e jovens. A cozinha foi revirada. Salas de aula, equipamentos eletrônicos, material didático. Ficou tudo destruído. A biblioteca próxima também foi depredada. No inicio da tarde, manifestantes invadiram a Via Dutra. O trânsito chegou a parar. Segundo as polícias Civil e Militar, 19 pessoas foram presas. Duas delas, já foram soltas.







domingo, 22 de janeiro de 2012

UM MAL NECESSÁRIO

Atuação de clandestinos prejudica comércio formal nas praias do litoral


Não é difícil andar pelas praias e encontrar clandestinos

Com o verão, as praias se tornam destino de turistas e daqueles que desejam faturar durante a temporada. Só que muita gente acaba trabalhando de forma irregular e prejudica o comércio formal.



Leandro, que acabou de comprar um quiosque na beira da praia, pagou pelo ponto e ainda precisa desembolsar o dinheiro dos impostos e dos funcionários. Difícil concorrer com o preço do comércio ambulante, ainda mais se for clandestino.

"Eles passam vendendo entre as mesas, com espetinho de camarão, que é um prato que a gente vende, espetinho de queijo e acaba atrapalhando. As vezes até incomoda alguns turistas", diz Leandro Santos, comerciante.

Em Caraguatatuba é lei. Desde 1987 para vender qualquer produto na praia é preciso ter uma licença municipal, válida por um ano. A cidade só permite 300 ambulantes por período e para esse ano o quadro já está completo.

Os cadastrados pagaram no ano passado uma taxa de R$ 231,00, além de se encaixarem nas exigências da Prefeitura. "Tem que ser morador do município há pelo menos dois anos e toda a documentação em ordem", explica Eduardo Machado, chefe de fiscalização.

O problema é que são apenas 17 fiscais para controlar o comércio ambulante em toda orla. Quem é pego sem licença perde a mercadoria e ainda paga multa de quase R$ 500,00.

Acompanhamos uma fiscalização. "Eu não to com a licença, fica com o dono", diz o vendedor de sorvetes. Mas não é o correto. A licença deve estar com o vendedor.

Em Ubatuba os fiscais também estão nas praias. Por lá a população ainda pode denunciar o comércio ambulante pelo telefone (12) 3834 1005.