Nova geração regrava sucessos do Los Hermanos; veja
ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE SÃO PAULO
"Uaaau." Foi o que Uyara Torrente, 24, vocalista da Banda Mais Bonita da
Cidade, conseguiu dizer após escutar pela primeira vez "Samba a Dois", do
"Ventura". DE SÃO PAULO
Algo no terceiro disco do Los Hermanos, de 2003, deixou a então garotinha de 16 anos "transtornada".
Uyara é expoente de uma turma da música brasileira que cresceu sob influência daquele quarteto barbudo, que não se decidia se fazia rock ou MPB.
Parte dessa trupe que cantava "Anna Júlia" na hora do recreio se reúne, agora, na coletânea "Re-Trato". Nela, 33 nomes, sobretudo da novíssima geração, gravam releituras de músicas hermanas.
O álbum estará disponível na Musicoteca (www.amusicoteca.com.br) em abril, para download gratuito, com uma lista que inclui Nevilton, Tiago Iorc, Pélico e Do Amor.
A proposta, segundo seu idealizador, Pedro Ferreira, 20, "não é ser um disco de covers, e sim deixar os artistas à vontade para imprimirem sua identidade nas canções".
Estourada após o web-hit "Oração", a Banda Mais Bonita escolheu "Dois Barcos", de "4" -dito o mais hermético trabalho dos cariocas. "A gente tem essa coisa de gravar coisas dramáticas, embora nossa música mais conhecida não seja", diz Uyara.
Bárbara Eugênia, 31, regrava "O Pouco que Sobrou". Para ela, o trunfo dos Hermanos é ser uma banda boa capaz de agregar gregos do público e troianos da crítica. "Não sei por que não ocorre mais, estou nessa luta também."
Esse campo de batalha é velho conhecido de alguns "tiozões" que dividem espaço com artistas caçulas na coletânea, como Lula Queiroga, Velhas Virgens e Nervoso e os Calmantes. Nervoso, aliás, tocava com Kassin no Acabou la Tequila, grupo que, nos anos 90, arrancava "uaaaus" do jovem estudante de jornalismo Marcelo Camelo.
Do Amor - "Todo Carnaval Tem Seu Fim"
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