Fuga de senador boliviano faz Dilma demitir Patriota
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VALDO CRUZ
NATUZA NERY
TAI NALON
DE BRASÍLIA
ANDRÉIA SADI
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
NATUZA NERY
TAI NALON
DE BRASÍLIA
ANDRÉIA SADI
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
Atualizado às 20h12.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, deixou o cargo nesta
segunda-feira. Ele caiu após o diplomata brasileiro Eduardo Saboia patrocinar a
fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina de seu país. Assumirá a pasta o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, representante do Brasil na ONU (Nações Unidas). Foi coordenador da cúpula ambiental Rio+20.
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Segundo assessores presidenciais, Dilma ficou irritada ao ser pega de surpresa com a atuação de funcionários da embaixada do Brasil na Bolívia no embarque do senador, condenado a um ano de prisão por corrupção. Ele estava abrigado na embaixada do Brasil havia 15 meses.
Patriota foi chamado para uma conversa com a presidente no início da noite desta segunda-feira no Palácio do Planalto.
A versão do Planalto e do Itamaraty é de que o governo não autorizou e nem sequer sabia da operação para retirar Molina do país vizinho. O senador não podia sair do prédio por falta de um salvo conduto do governo boliviano.
Em junho deste ano, o Itamaraty, a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria Geral da República se posicionaram contra conceder asilo político ao senador boliviano, que queria deixar a Bolívia rumo ao Brasil de carro.
Patriota irá para o posto de Figueiredo na ONU, que ele ocupava havia poucos meses. Curiosamente, seu irmão Guilherme Patriota, que também é diplomata e trabalhava com o assessor da assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, havia sido nomeado para um cargo na representação brasileira nas Nações Unidas recentemente.
O novo chanceler foi o coordenador, do lado brasileiro, da reunião ambiental Rio+20, ocorrida no ano passado. Naquela ocasião, ele ganhou muitos elogios no Planalto --diferentemente de Patriota, cuja gestão do encontro internacional foi considerada muito ruim por Dilma Rousseff.
O primeiro compromisso internacional de Figueiredo será a reunião da Unasul, no Suriname, no próximo sábado (30). Até lá, segundo previsão do Planalto, ele já deverá ter sido oficialmente empossado.
Segundo nota da Presidência da República, Dilma "agradeceu a dedicação e o empenho do ministro Patriota nos mais de dois anos que permaneceu no cargo".
Veja a íntegra da nota oficial:
"A presidenta Dilma Rousseff aceitou hoje, 26, o pedido de demissão do ministro Antonio de Aguiar Patriota, e indicou o representante do Brasil junto às Nações Unidas, em Nova York, embaixador Luiz Alberto Figueiredo, para ser o novo ministro das Relações Exteriores.
A presidenta agradeceu a dedicação e o empenho do ministro Patriota nos mais de dois anos que permaneceu no cargo e anunciou a sua indicação para a Missão do Brasil na ONU."
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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