sexta-feira, 13 de novembro de 2015

EDUCAÇÃO E RESPEITO PARA COM AS PESSOAS. O QUE É ISSO?

anna-ramalho-jornalista

Não é tempo para pessoas sensíveis este que estamos vivendo. A cada dia fico mais e mais chocada com o nível de agressividade das pessoas, especialmente quando soltas nas redes. Tá de lascar. Dois momentos, essa semana, me marcaram para sempre como  ápices da grosseria.
O já saudoso embaixador Sebastião do Rego Barros, o Bambino, como sua mulher quer que ele seja lembrado: nel blu di pinto di blu mirando o Mediterrâneo sob a luz da Sicília ( foto publicada no Facebook de Tite De Lamare)
O já saudoso embaixador Sebastião do Rego Barros, o Bambino, como sua mulher quer que ele seja lembrado: nel blu di pinto di blu,  mirando o Mediterrâneo sob a luz da Sicília ( foto publicada no Facebook de Tite De Lamare)
Foi muito chocante, inesperada e brutal a morte do embaixador Sebastião do Rego Barros, o Bambino, um raro ser humano:  simpático, sempre risonho, uma tremenda inteligência, um competente e habilidoso embaixador que honrou o Itamaraty e o Brasil. Casado com a Tite, que conheço desde os tempos do Santa Úrsula, linda e inteligente mulher, jornalista de formação, irretocável como embaixatriz e como pessoa. Ambos, sobretudo, criaturas finas, educadas,  classudas . Não mereciam, como aliás ninguém merece, o ataque brutal de ilações grosseiras da imprensa  e comentários maldosos e desagradáveis.
Fiquei – e ainda estou – em estado de choque com a agressividade e a inconveniência dos comentários postados nas redes. Li verdadeiras barbaridades. Coisas tão chocantes, tão gratuitas,  que fico pensando que gente é essa, de onde saiu, por que será que agem assim. Só pode ser  para se mostrar,  para aparecer, ainda que covardemente protegidos por pseudônimos esquisitíssimos e com um português de revoltar de tão mal escrito. Tem muita gente doente nesse mundo. Muita. Da cabeça e de caráter.
As almas mais delicadas  sofrem pra burro.
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Como a Gilda de Rita Hayworth, nunca haverá mulher como Vera Fischer
Como a Gilda de Rita Hayworth, nunca haverá mulher como Vera Fischer
Outra coisa que me chocou barbaramente e foi outro prato cheio de maus modos e grosseria nas redes: a foto de Vera Fischer desembarcando no Santos Dumont. Primeiro choque: por que um paparazzo faz a maldade de tirar uma foto daquela? Segundo choque: como os editores de celebs  – obviamente todos aqueles que só pensam no número de cliques que conseguirão para seus blogs retroalimentados por uma audiência de quinta categoria  – publicam e repicam uma foto daquelas? Pra quê? Em que a vida do cidadão se enriquece constatando que a bela Vera Fischer, a musa que reinou absoluta durante mais de 30 anos de beleza iluminada ( mesmo quando cometia todas as loucuras que cometeu), envelheceu, engordou e não quer mais usar make-up pra andar na ponte aérea?  É simples e é mundial: a imprensa de celebridades tem um côté cruel, absolutamente desumano.
Vera Fischer envelheceu. E daí? Não envelhecemos todos nós? Achei uma maldade publicar aquela foto e compartilhar em tudo quanto é rede social. Essa também é uma forma de humilhar o ser humano. Vera foi uma das mais belas mulheres desse Brasil em todos os tempos. Desde que surgiu como miss ainda na década de 60. Quando todo mundo ria dela, foi lá e provou que podia ser uma boa atriz. Iluminou com sua beleza a telinha nossa de cada dia, sempre com competência. Quando pirou, pirou porque estava doente. É um ser humano. Merece o nosso respeito. Será que esses editores de presse people – como dizem os franceses – acham que vão ficar a vida inteira jovenzinhos como o Dorian Gray? E as mulheres editoras, será que não pensam em como serão suas carinhas e silhuetas num prazo arredondado de 20 anos?
E os comentários da moçada nas redes??? Esse povo perdeu completamente a noção de tudo. Principalmente das boas maneiras, da boa educação, da gentileza. Gente estúpida! Nessas  horas só penso naquele meu grito de socorro: Tirem-me daqui!!!
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Fui casada duas vezes. Na primeira, me separei. Na segunda, enviuvei. Brigas conjugais, discussões maiores ou menores, quem não  as teve? Nenhum dos meus dois maridos sequer pensou em levantar a mão pra mim em nenhum momento. Foram educados, muito bem educados, naquele tempo em que se dizia que em mulher não se bate nem com uma flor. Obviamente, tendo sido educado pelo pai e pelo padrasto também, meu filho é um gentleman, um lord, que só tem beijos e muito amor pra dar a sua mulher. Graças!
Tá bom de se acabar um mundo em que vemos um jovem de quarenta e poucos anos, ungido pelas mordomias do cargo público,  convocando coletiva de imprensa  pra se explicar, pra dizer que só bateu uma vez na ex-mulher.  E que precisa tanto do nosso voto no ano que vem. Não  chegou a dizer isso.  Mas foi essa a intenção primeira da esquisitíssima entrevista.
Tá puxado.
Tirem-me daqui!!!!

Anna Ramalho é jornalista. Criadora e editora do Portal Anna Ramalho, também é cronista sempre que pode.

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