terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

O SALMÃO QUE COMEMOS.

Veja como é feita a engorda do salmão e o impacto da criação

Quase todo o salmão consumido no Brasil vem do Chile.
Criação pode causar danos ao meio ambiente.

Há dez anos, o Brasil comprava do Chile dez mil toneladas de salmão. Hoje, são 80 mil toneladas. É praticamente todo o salmão consumido no nosso país. O Globo Rural visitou os centros de cultivos para entender como é feita a engorda do peixe e os reflexos da criação para o meio ambiente.
Os salmões ficam dentro de ‘balsas-jaulas’, enormes tanques-rede flutuantes, com 25 metros por 25 metros e 20 de profundidade. Em cada uma ficam 28 mil peixes, que permanecem por 17 meses, até alcançarem 4,5 kg. Eles são monitorados 24 horas.
Jorge é mergulhador e entra todos os dias no tanque. Ele monitora a mortalidade e a atividade do peixe. Também checa se as redes estão perfeitas para que os salmões não escapem. Caso isso aconteça, os criadores têm prejuízo. Além disso, pode causar um dano para o meio ambiente, porque o salmão é uma espécie exótica.
A indústria diz que não há escape, mas o biólogo do IMar – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Recursos de Ambientes Costeiros, em Puerto Montt, Edwin Niklitschek, discorda e explica. “Estamos falando de vários milhões de salmões que escapam todo ano. Isso tem um impacto muito grande sobre os peixes nativos. Porque se alimentam deles e competem com eles.”
Remígio Gutierrez, pescador há 25 anos, dirige o sindicato da categoria e denuncia os efeitos da indústria salmoneira para o meio ambiente. “Havia muita vida antes deles chegarem, mas depois morreu tudo o que está ao redor. Isso se chama: a sombra da indústria salmoneira. Os sedimentos, as fezes do salmão que caem ao fundo do mar, matam toda a vida. Termina com tudo".
O tratamento para doenças do salmão é outra polêmica. “O medicamento já vem na ração. Normalmente se usa antibiótico para combater a doença bacteriana”, explica o técnico do Centro de Cultivo Francisco Alvarez.
“Isso prejudica muito a vida do fundo marinho, que fica limitada às bactérias que estão aproveitando a matéria orgânica e alguns poucos sobreviventes. A matéria orgânica e os químicos que se diluem desde a sombra da balsa-jaula e chegam ao meio ambiente podem levar à proliferação de espécies indesejáveis, como maré vermelha, algas que bloqueiam o sistema respiratório dos animais e algas tóxicas”, diz o biólogo do IMar.
Ao fim de cada ciclo de cultivo, o centro passa por um período de três meses de descanso obrigatório por lei. É um vazio sanitário, criado depois de uma crise sofrida pela indústria salmoneira, entre 2007 e 2009. O vírus da anemia infecciosa, chamado vírus ISA, que não atinge o ser humano, matou a metade dos peixes. Indústria e governo tomaram uma série de medidas para controlar a crise.
“Na prática, se mudou desde a restrição à importação de ovas, até a criação de bairros de centros de cultivo, organizados geograficamente e que têm épocas de cultivo. Descansam três meses e outros bairros vão produzir. Desta maneira se contém uma eventual disseminação de um vírus e se coordena os tratamentos no interior de um bairro”, explica Felipe Manterola, representante da SalmonChile.
No estuário de Reloncavi, encontramos balsas de cultivo de salmão abandonadas. A denúncia é que estão assim há anos.

Em Santiago, capital do país, o diretor do Serviço Nacional de Pesca e Aquicultura José Miguel Burgos confirma que o cultivo está mesmo fechado há mais de dois anos, em um processo em que o governo deve suspender a concessão, porque não foram respeitados os limites exigidos.
“São observados vários parâmetros, basicamente para garantir oxigênio suficiente no fundo marinho. Quando algum limite é superado, esse centro que superou o limite não pode operar até que recupere sua condição. Essa é uma regulação mais restrita que em muitos outros países”, diz o diretor.
Enquanto se discute se as regras são adequadas, a indústria do salmão continua empregando direta ou indiretamente 73 mil chilenos e produzindo alimento.
Quando atinge 4,5 kg, o salmão do Atlântico é transportado em navios rumo ao processamento.

Em Quellón, na ilha de Chiloé, existe um centro de monitoramento. Lá, os peixes são sugados por uma tubulação e caem em tanques para o processamento. Dependendo da época do ano, os tanques recebem de 30 mil a 100 mil peixes por dia.
Já sem as vísceras, o salmão passa por uma checagem. Juan Fernandez, chefe de produção, explica o que deve ser observado. “Tem que ver se há algum corte ou ferida. O interior deve estar limpo e as nadadeiras íntegras. A pele deve ter dorso escuro, azul ou verde, e a barriga prateada. Os olhos devem estar projetados para fora, porque isso significa que é um peixe fresco”.
Receita
O chefe suíço, Frederick Emeric, explica as características do salmão. “O salmão é um peixe muito bom, porque tem pouca gordura e é uma gordura saudável para o organismo”. Ele preparou um prato chileno: ceviche, peixe cru marinado no limão.
Ele corta o salmão em cubinhos e acrescenta cebola roxa, aipo, suco de limão, alho, azeite, sal e coentro. Depois gengibre e pimenta aji, muito usada na região. Mistura tudo e está pronto! Veja no vídeo toda a explicação.

O SALMÃO JÁ NÃO É MAIS O MESMO.

Especialistas comentam diferenças entre salmão selvagem e de cativeiro


  • Salmão preparado em restaurante ou vendido em supermercado é, em sua maioria, criado em viveiros Salmão preparado em restaurante ou vendido em supermercado é, em sua maioria, criado em viveiros
Cada vez mais presente na mesa dos brasileiros, o salmão costuma ser tratado como um aliado quando o assunto é alimentação saudável. Além de ser uma boa fonte de proteína, é um peixe rico em ômega 3, que melhora o humor e previne doenças cardiovasculares, alzheimer e depressão, segundo especialistas. Contudo, as propriedades do salmão selvagem – pescado de maneira natural - são diferentes do salmão cultivado em cativeiro, como o que consumimos no Brasil.
"Natural das costas do Atlântico Norte e Pacífico, o salmão normalmente nasce em água doce, migra para o oceano e retorna à água doce para se reproduzir. Esses animais são intensamente produzidos por aquicultura (cultivo de organismos aquáticos em cativeiro) em muitas partes do mundo, como os lagos da América do Norte, da Escandinávia e os lagos Chilenos", explica a nutróloga Marcella Garcez, membro da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia).

Porém, o salmão preparado em restaurantes ou vendido em supermercados na América e na Europa é, em sua maioria, proveniente de criações em viveiros. Segundo Melanie Whatmore, gerente da marca Salmón de Chile, que exporta salmão para o Brasil, o país é o terceiro maior mercado importador de salmão no mundo, atrás apenas de Japão e Estados Unidos.
Em relação ao ômega 3, um ácido graxo associado a redução de doenças cardiovasculares, estudos trazem resultados diferentes. Alguns dizem que o salmão de cativeiro contém mais ômega 3 que o selvagem, enquanto outros indicam que contém menos. Tudo depende da ração utilizada nos criadouros.
Pigmentação artificial

Outro detalhe é que o salmão de cativeiro é colorido artificialmente. A cor característica do salmão é reflexo do tipo de alimentação do peixe durante seu crescimento.  "Para o salmão de viveiro ficar com a cor igual ao selvagem, que se alimenta principalmente de outros peixes, pequenos crustáceos e algas, são adicionados à ração carotenoides como a astaxantina e a cantaxantina", afirma Garcez.

A principal fonte desses carotenoides é a alga de água doce Haemococcus pluvialis. "O consumo excessivo destes pigmentos pode causar intoxicação e alergias", alerta Garcez.

Em 2004, a revista Science publicou uma pesquisa coordenada pela State University de Nova York, em Albany (EUA), que afirmava que o salmão de cativeiro era um inimigo da saúde porque esses pigmentos eram substâncias cancerígenas. Segundo o relatório produzido por cientistas norte-americanos e canadenses, duas toneladas métricas de carne de salmão em estado selvagem e criado em cativeiro foram analisadas para chegar a essa conclusão.

Contudo, Garcez explica que o relatório traz poluentes e pesticidas que podem ser encontrados no salmão de cativeiro, mas que eles não são resultado da pigmentação artificial ou da ração dada aos peixes. "O problema é que o ambiente artificial em que esses peixes são criados é mais suscetível ao aparecimento de patologias microbiológicas que por anos eram combatidas com substâncias tóxicas, como o Dieldrin e Toxafeno, que contaminaram o ecossistema local de tal forma que o ambiente ainda não se livrou delas", explica Garcez.

Questionada sobre o estudo, a gerente de marca Salmón de Chile, que enviou ao Brasil mais de 67 mil toneladas de salmão em 2012, responde: "A produção desse pescado no Chile está de acordo com os níveis internacionais de qualidade e possui as certificações ISO 9001, GlobalGAP, BAP e Global Aquaculture Alliance, organizações que certificam a qualidade de produtos agrícolas em todo o mundo", afirma Whatmore.

A médica nutróloga Marcela Garcez, que visitou a produção de salmão de cativeiro no Chile, explica que a versão produzida em viveiro tem um ciclo de vida muito diferente daqueles que vivem livres na natureza e que a principal desvantagem é o risco de proliferação de doenças, sejam elas parasitárias, bacterianas ou virais, nestes indivíduos que vivem em espaço reduzido e artificial.

  • Marcella Garcez/Arte UOL

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

FESTA DE SÃO SEBASTIÃO EM UBATUBA

Praia Grande do Bonete celebra 168 anos de devoção a São Sebastião  

Praia Grande do Bonete celebra 168 anos de devoção a São Sebastião  
No dia 23 de janeiro a comunidade da praia Grande do Bonete, situada na região sul de Ubatuba, estará em festa celebrando seu padroeiro São Sebastião.
Esse ano serão 168 edições já realizadas, a festividade é uma das antigas que se tem registro no municipio e terá diversas atrações musicais e culturais para o público.
A festa é organizada pela Associação Catifó, que reúne os moradores caiçaras da comunidade e pelo terceiro ano consecutivo a Prefeitura de Ubatuba por meio da Secretaria de Turismo e Comtur apoia a festa.
A comunidade faz parte do programa de Turismo de Base Comunitária da Secretaria de Turismo, que promove e fomenta o turismo em comunidades tradicionais de Ubatuba, visitar a festa é uma oportunidade de conhecer a cultura caiçara e se divertir em uma das mais belas praias da cidade.
Em sua 168ª edição, a programação vem recheada de atrações para todos os gostos, a corrida de canoa caiçara que abre o calendário de corridas de canoa em 2016 esse ano será realizada na parte da manhã, no inicio da tarde a banda Praieira convida o público a dançar muito forró na areia da praia.
O projeto Tamar promoverá uma soltura de tartaruga e a Runner SP-Assessoria Esportiva, organizadora da prova Desafio das 28 Praias, promoverá uma corrida de areia para crianças com idade até 10 anos.
A festa segue até a noite com o encerramento da Novena e Cantoria de Reis,  fechando a noite o tradicional tablado será o palco de muita música com o grupo Sambonete trazendo sucessos da mpb.
Como Chegar
A praia Grande do Bonete está situada na região da Lagoinha e o acesso se faz por trilha ou via mar, ambas opções saindo a partir da praia da Lagoinha. Por trilha, recomenda-se a contratação de um guia de turismo para o seu passeio ficar mais rico e divertido. Já o traslado via mar é feito pelos barqueiros do Bonete. A viagem leva em média 15 minutos e custa R$ 50,00.
Confira a programação:
13:00 – Banda Praieira
15:00 – Soltura de Tartaruga com o Projeto Tamar
16:00 – 2ª Corrida Kids na Areia
17:00 – 14ª Corrida de Canoa Caiçara do Bonete
Categorias
1 remo masculino
2 remos masculino
2 remos feminino
20:00 – Encerramento da Novena
21:00 –  Cantoria de Reis
21:00 – Grupo Sambonete
A festa é realizada pela Associação Catifó em conjunto com a Prefeitura de Ubatuba, por meio da Secretaria de Turismo e Comtur, apoio do Projeto Tamar, Runner SP-Assessoria Esportiva, Marcenaria Portes, Barcoiris e Pirajicas Bar.
Serviços
Barqueiros do Bonete: Miro (12) 9 9714 2424
Refeição: Xixicos Bar (12) 3848  1764 agende seu almoço com a Lourdes

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

ENFIM...COMEÇA O QUE JÁ DEVERIA ESTAR FEITO A ALGUM TEMPO.

Prefeitura e FundArt começam restauro do Sobradão do Porto

Prefeitura e FundArt começam restauro do Sobradão do Porto
Conquista da atual gestão, primeira fase da obra vai recuperar estrutura, telhado, cobertura e alvenaria da principal referência histórica da cidade.
Depois de um longo e trabalhoso processo, a Fundação de Arte e Cultura da Prefeitura de Ubatuba e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anunciam o início da primeira fase das obras de restauração do Sobradão do Porto, localizado na região central da cidade.
A iniciativa, subsidiada pelo convênio entre a FundArt e o Iphan, com contrapartida da prefeitura, tem como objetivo a preservação do patrimônio cultural do município, de modo que se perpetue a memória histórica do povo ubatubense.
O aporte do Ministério da Cultura para executar o projeto foi de aproximadamente R$  1,5 milhões. Já a contrapartida da atual gestão foi de R$ 132 mil. A primeira liberação de verba aconteceu no último dia 26 de outubro e é de cerca de R$ 700 mil. As obras começaram na semana passada.
Nesta fase inicial, serão contemplados a reparação da estrutura (parte civil), telhado, cobertura e alvenaria. Responsável pelo projeto, a arquiteta Isabela Galvez faz questão de destacar o fato do Sobradão ser uma das mais importantes obras do estado de São Paulo e exalta suas particularidades estruturaia.
“Estruturalmente, ele tem três técnicas construtivas: pedra argamassada, tijolo de barro maciço e a parede de taipa de mão, nosso pau-a-pique. São esses detalhes que fazem do Sobradão uma casa especial”, diz Galvez.
Ex-presidente da FundArt, atual secretária municipal de Fazenda e principal responsável pelo sucesso do projeto de restauração, Isabela Viana Vassão comemora o início das obras. “O Sobradão é um dos poucos prédios históricos que restam em Ubatuba. Mais que isso, ele é uma referência cultural para nosso povo, uma fonte de inspiração para nossos artistas e recebe inúmeras exposições e oficinais. Enfim, é o maior patrimônio histórico da cidade”, afirma Isabela.
Já o prefeito Mauricio informa que a reforma do Sobradão marca o início de uma força tarefa que pretende restaurar todos os prédios históricos de Ubatuba. “Estou muito satisfeito em ver o início das obras e já pensamos no passo seguinte: a restauração do entorno do edifício e de outros prédios, que com toda certeza fortalecerão o turismo histórico na cidade. Espero que todos os ubatubenses tenham a dimensão do quanto isso significa para a gente”, disse o prefeito.
Convênio
As informações relacionadas ao convênio podem ser consultadas no Portal dos Convênios, chamado de Siconv – plataforma que mantém registro de todos os convênios firmados pelo poder executivo da Administração Pública Federal.
Ao clicar no link, o usuário deve ir até a opção “Consultar Convênios/ Pré-Convênios” e fazer a busca pelo município de Ubatuba. Feito isso, é possível acompanhar os recursos que estão sendo utilizados para esse projeto.
A população que tiver interesse tanto nesse processo quanto nas demais ações da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba também está convidada a participar das reuniões dos grupos setoriais da FundArt, do Conselho Deliberativo e do Conselho Municipal de Políticas Culturais.
Todas essas agendas são divulgadas semanalmente no site, ou na sede administrativa da fundação.
Estúdio Sarasá
A licitação das empresas interessadas na execução do Restauro do Sobradão do Porto aconteceu no último dia 30 de junho de 2015, na modalidade pregão presencial. A empresa vencedora foi o Estúdio Sarasá Conservação e Restauro.
Fundado em 1956, o Estúdio Sarasá foi a primeira empresa de artes e restaurações da família Sarasá no Brasil. Hoje é uma empresa amplamente reconhecida por suas atuações em projetos de conservação e restauração do patrimônio histórico.  Para saber mais sobre a empresa, acesse – http://estudiosarasa.com.br/
Confira o vídeo sobre a reforma no link – https://www.youtube.com/watch?v=vrd15-x3PsQ

domingo, 6 de dezembro de 2015

INOCENTES ÚTEIS.

Dalai Lama fala sobre a lavagem cerebral em massa

 
    

 
Dalai Lama publicou esta semana em seu site, um fantástico texto sobre a lavagem cerebral em massa dos seres humanos. Abaixo segue a tradução desse texto para sairmos da caixinha de uma vez por todas.
“Claro, a guerra e os grandes estabelecimentos militares são as maiores fontes de violência no mundo. Se o seu objetivo é defensivo ou ofensivo, estas vastas organizações poderosas existem apenas para matar seres humanos. Devemos pensar cuidadosamente sobre a realidade da guerra. A maioria de nós foram condicionados a considerar o combate militar como excitante e glamouroso – uma oportunidade para os homens provarem sua competência e coragem. Desde que exércitos são legais, nós sentimos que a guerra é aceitável; em geral, ninguém sente que a guerra é criminosa ou que a aceitação é atitude criminosa. Na verdade, temos sofrido uma lavagem cerebral. Guerra não é nem glamourosa nem atraente. É monstruosa. Sua própria natureza, são tragédias e sofrimentos.
A guerra é como um fogo na comunidade humana, cujo combustível são seres vivos. Acho essa analogia especialmente adequada e útil. A guerra moderna travada principalmente com diferentes formas de fogo, mas estamos tão condicionados a vê-la como emocionante que falamos sobre esta ou aquela arma maravilhosa como uma parte notável da tecnologia sem nos lembrar de que, se ela realmente é usada, ele vai exterminar pessoas vivas. Guerra também se parece muito com um incêndio na forma como ele se espalha. Se uma área fica fraca, o oficial comandante envia reforços. Isto está jogando as pessoas a viverem em um incêndio. Mas porque temos sofrido uma lavagem cerebral para pensar desta maneira, nós não consideramos o sofrimento dos soldados individuais. Nenhum soldado quer ser ferido ou morrer. Nenhum de seus entes queridos quer que sofra alguma dano. Se um soldado é morto, ou mutilado, pelo menos mais cinco ou dez pessoas – seus parentes e amigos – sofrem também. Todos nós devemos estar horrorizados com a extensão dessa tragédia, mas estamos muito confusos.
Francamente quando criança, eu também fui atraído para o militar. Seu uniforme parecia tão inteligente e bonito. Mas isso é exatamente como a sedução começa. Crianças começam a jogar jogos que um dia vão levá-los a apuros. Há uma abundância de jogos emocionantes para jogar e figurinos para vestir além desses baseados na matança de seres humanos. Mais uma vez, se nós, como adultos não estivéssemos tão fascinados pela guerra, devemos ver claramente que permitir que nossos filhos se tornem habituados a jogos de guerra é extremamente lamentável. Alguns ex-soldados disseram que quando atiraram na primeira pessoa se sentiram desconfortáveis, mas como eles continuaram a matar, eles começaram a se sentir bastante normal. Com o tempo, nós podemos nos acostumar com qualquer coisa.
Não é apenas em tempos de guerra que os estabelecimentos militares são destrutivos. Pela sua própria concepção, eles foram os maiores violadores dos direitos humanos individuais, e são os próprios soldados que sofrem mais consistente seu abuso. Depois que o oficial encarregado der belas explicações sobre a importância do exército, a sua disciplina e a necessidade de conquistar o inimigo, os direitos da grande massa de soldados são inteiramente retirados. Em seguida, são obrigados a perder a sua vontade individual, e, no final, a sacrificar suas vidas. Além disso, uma vez que um exército se tornar uma força poderosa, há todos os riscos que ele vai destruir a felicidade de seu próprio país.
Há pessoas com intenções destrutivas em cada sociedade, e a tentação de ganhar o comando de uma organização capaz de cumprir os seus desejos pode tornar-se irresistível. Mas não importa o quão maléfico ou mal são os muitos ditadores assassinos que atualmente oprimem suas nações e causam problemas internacionais, é óbvio que eles não podem prejudicar os outros ou destruir inúmeras vidas humanas, se eles não tivessem uma organização militar aceita e tolerada pela sociedade. Enquanto há exércitos poderosos sempre haverá perigo de ditadura. Se nós realmente acreditamos que a ditadura é uma forma desprezível e destrutiva de governo, então temos de reconhecer que a existência de um poderoso arsenal militar é uma das suas principais causas.
Militarismo é também muito caro. A força militar coloca um fardo tremendo de desperdício na sociedade. Os governos gastam enormes somas em armas cada vez mais sofisticadas quando, na verdade, ninguém quer realmente usá-las. Não só dinheiro, mas também energia valiosa e inteligência humana são desperdiçados, enquanto tudo o que aumenta é o medo.
Quero deixar claro, porém, que embora seja profundamente contra à guerra, eu não estou defendendo o apaziguamento. Muitas vezes é necessário tomar uma posição forte para combater uma injusta agressão. Por exemplo, é evidente para todos nós que a Segunda Guerra Mundial foi justificada. Isso “salvou a civilização” da tirania da Alemanha nazista, como Winston Churchill tão bem colocou.
Em minha opinião, a Guerra da Coréia também foi justa, uma vez que deu a Coreia do Sul a chance de desenvolver gradualmente a democracia. Mas só podemos julgar se um conflito foi justificado por razões morais com retrospectiva. Por exemplo, podemos ver agora que durante a Guerra Fria, o princípio da dissuasão nuclear teve um certo valor. No entanto, é muito difícil de avaliar tais matérias com qualquer grau de precisão. A guerra é violência e violência é imprevisível. Portanto, é melhor evitá-la, se possível, e nunca presumir que sabemos de antemão se o resultado de uma guerra particular será benéfico ou não.
Na melhor das hipóteses, a construção de armas para manter a paz serve apenas como uma medida temporária. Enquanto os adversários não confiam uns nos outros, qualquer número de fatores pode afetar o equilíbrio de poder. A paz duradoura pode ser garantida apenas com base na confiança genuína.”

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

BLACK FRIDAY

Dicas para aproveitar as promoções da Black Friday e fugir da 'black fraude'

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As 24 horas que se seguem à meia-noite da última sexta-feira de novembro são o paraíso —ou o martírio— de todo comprador assíduo.
Isso porque eletrônicos, pacotes de viagens, roupas, sapatos, livros, cosméticos e basicamente todo produto à venda na internet ou nas vitrines pode ter seu preço derrubado em até 80%.
É durante a Black Friday que os varejistas aproveitam para esvaziar estoques e dar espaço às novidades de final de ano.
Importada dos Estados Unidos, o dia oficial da megalomania do consumo acontece por aqui desde 2010. Neste ano, cai na próxima sexta (27).
Ilustração Rafael Nunes Cerveglieri
"A Black Friday já entrou no calendário brasileiro, ela é uma realidade", diz Fátima Bana, consultora em marketing digital, e-commerce e comportamento do consumidor.
Os números que o digam. Em 2015, a previsão é que a data movimente R$ 978 milhões, segundo levantamento realizado pela Busca Descontos, responsável pela organização oficial do evento no Brasil.
A data atrai principalmente quem quer adiantar os presentes de Natal. Não à toa, a Black Friday deve corresponder a 21% do total das vendas do período natalino, que teve início na sexta-feira (20) e se estenderá até 20 de dezembro.
Mas diferentemente das filas quilométricas que se formam em frente às lojas americanas, no Brasil a concorrência se dá mesmo no comércio virtual. Daí o perigo de se deixar seduzir por descontos aparentemente imperdíveis oferecidos por sites que nem mesmo existem. Veja as dicas.
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Para não comprar "tudo pela metade do dobro", saiba o que aproveitar e o evitar durante as 25 horas de promoções
BLACK FRIDAY
  • Com planejamento e cuidado, é possível aproveitar a data para adiantar os presentes de Natal sem pegar filas de horas em lojas lotadas.
  • Neste ano, 30 redes de farmácias oferecem descontos de até 70% em cosméticos e itens de higiene pessoal no site Cliquefarma.
  • Tanto no varejo físico quanto no online, algumas marcas promovem "esquentas" e começam a abaixar os preços antes mesmo do dia 27.
  • Ao menos 33 grandes lojas participam oficialmente do evento. De produtos eletrônicos a pacotes de viagem, os descontos chegam a 80%.
  • Na "Cyber Monday", segunda pós Black Friday, as promoções continuam valendo para produtos eletrônicos.
BLACK FRAUDE
  • Procure saber se a promoção é "real". Sites de monitoramento de preços como Zoom e Buscapé podem ajudar a fazer compras inteligentes.
  • Pesquise o histórico do e-commerce antes de pensar em encher o carrinho. O Procon-SP mantém uma lista de sites fraudulentos que devem ser evitados.
  • Ao encontrar uma boa promoção, opte por pagamentos com cartão de crédito: em casos de cancelamento, ao menos o estorno é garantido.
  • Fique atento ao valor do frete, que muitas vezes mata o desconto do produto, e ao prazo de entrega, que pode atrasar seus presentes de Natal.
  • Evite comprar à 0h, às 12h e às 18h. São horários de pico em que os sites podem apresentar lentidão.

O INSTRUMENTO DOS CHEFS.

Faca sem corte é mais perigosa; aprenda a afiar a sua


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Após alguns minutos de idas e vindas da cozinha, o chef Jefferson Rueda reúne sobre a mesa da sala dezenas de facas. Das velhas e pesadas, das leves e anatômicas, das finas e flexíveis e das bem miúdas. O colecionador tem cerca de 40 delas. "Não compro mais, ou a Janaína [Rueda, mulher dele] me mata."
Uma boa faca é item básico para um cozinheiro. Cuidar dela é um ritual, segundo Jefferson. "Ele tem que saber afiar. Terceirizar o serviço não é o melhor em nenhum caso. O melhor é aprender." Para ele, logo com a primeira faca deve vir a primeira pedra. Os retângulos de material abrasivo (podem ser rochas de verdade) serão usados para afiá-la, no vaivém feito ao longo da superfície.
O instrumento sem fio é perigoso, porque não obedece o dono e pode machucá-lo. "Quando afiado, ele corta qualquer alimento. É preciso e não exige força", explica o cuteleiro Flávio Duprat.
Sushimen têm um padrão rigoroso para a manutenção do fio. Jun Sakamoto o aplica em suas duas facas. Ambas são para peixe e, à elas, poucos têm acesso. "Não é por ciumeira. A faca é minha e eu cuido dela porque essa é a minha obrigação. Além disso, evito que encostem para ninguém se machucar", diz.
Os itens japoneses exigem cuidados diferentes: aos menos três pedras (de diferentes gramaturas) devem ser usadas. Isso porque, além de afiar, é importante polir o metal. "O sushi tem uma estética peculiar e muito detalhista. Gosto desse trabalho preciso, e a faca ocidental não tem isso", diz Jun.
Adriano Rampazzo/ Editoria de Arte
COMO CUIDAR DA FACA
Não use para qualquer coisa que não seja cortar alimentos
Nunca bata a sua faca
Use sempre tábuas de corte –evite cortar sobre mármore e vidro
Lave sempre a frio, com o lado amarelo da esponja e enxugue em seguida
Barras magnéticas são ideias para guardar a faca, em lugar alto 

UBATUBA - BALNEABILIDADE SEMPRE.

Ubatuba

Clique no nome da praia para ver o histórico de suas medições
PRÓPRIAIMPRÓPRIA
UbatubaCaraguatatubaIlhabelaBertiogaGuarujáSão VicenteSantosCubatãoPraia GrandeMongaguáItanhaémPeruíbeIguapeIlha CompridaSão Sebastião
PICINGUABAPRAIA DO PRUMIRIM
FÉLIXITAMAMBUCA
RIO ITAMAMBUCAVERMELHA DO NORTE
PEREQUÊ-AÇUIPEROIG
ITAGUÁ-AV. LEOVEGILDO, 240ITAGUÁ-AV. LEOVEGILDO, 1724
TENÓRIOVERMELHA
GRANDETONINHAS
ENSEADASANTA RITA
PEREQUÊ-MIRIMSUNUNGA
LÁZARODOMINGAS DIAS
DURALAGOINHA-AV. E. VELHO
LAGOINHA-CAMPINGSAPÉ
MARANDUBAPULSO
PRAIA DAS PALMAS - ILHA ANCHIETAPRAIA DO SAPATEIRO - ILHA ANCHIETA
PRAIA DO PRESÍDIO - ILHA ANCHIETAPRAINHA DO ENGENHO - ILHA ANCHIETA
PRAIA DE FORA - ILHA ANCHIETAPRAIA DO SUL - ILHA ANCHIETA
PRAINHA DO LESTE - ILHA ANCHIETA
Atualização feita semanalmente, a partir de informações da CETESB

SAIA DO ASFALTO. VENHA DESAFIAR AS SERRAS.

Desafio das Serras fecha o ano de corridas em Ubatuba

Desafio das Serras fecha o ano de corridas em Ubatuba
Com apoio da Prefeitura de Ubatuba, o Desafio das Serras acontece neste fim de semana em Ubatuba e conta com percursos de 40 e 80 km, feito em duplas ou solo.
De acordo com a organização, mais de 600 atletas estrangeiros e brasileiros estão inscritos para as disputas e vão movimentar diferentes setores da economia local nas próximas 48 horas.
A largada está prevista para às 9hs na praia do Ubatumirim e segue em direção à Base Cambucá do Núcleo Picinguaba. O destino é o alto da Serra do Mar, na base do Núcleo Cunha, ambas inseridas no Parque Estadual.
Pela primeira vez, a prova acontece na Serra do Mar e se resume a uma competição de velocidade disputada em ambiente montanhoso, onde os participantes têm dois dias para percorrer em menor tempo diferentes tipos de terreno.
Segundo o diretor de prova, Luiz Gambá, o objetivo é tirar as pessoas do meio das ruas, da poluição, dos parques urbanos e das esteiras. “Queremos que os atletas experimentem terrenos diferentes como campo, mata, terra batida, trilhas de gado e com vegetação, sentido o ar puro das montanhas”, afirma Gambá.
A prova habilita o atleta a pontuar para o Ultra Train do Mont Blanc, evento equivalente a Copa do Mundo de corrida de montanha, realizado em agosto de 2016 na França. No estado de São Paulo, o Desafio das Serras é a única prova que fornece pontuação para o evento, fato que atrai atletas de ponta de toda a região.
“Outro ponto importante é que a trilha será formatada como roteiro de travessia, unindo diferentes bases do parque. Com isso, Ubatuba ganha mais um roteiro de trekking de alta performance, como já são as trilhas do Corisco e do Corcovado”, destaca Claudinei Bernardes, diretor da Setur.
Presidente da Comtur e secretário municipal de Turismo, José Lindolfo Candinho comemora o grande número de eventos de aventura neste ano em Ubatuba e destaca o quanto essas corridas atraem público para a cidade.
“Esse ano foi ímpar para Ubatuba. Tivemos grandes eventos esportivos, ele movimentaram os diferentes setores econômicos e tiveram todo apoio da nossa gestão, inclusive na baixa temporada. Fico muito feliz em fechar o ano com essa grande corrida, que consolida cada vez mais a cidade como referência para este tipo

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

TARTARUGAS EM EXTINÇÃO.

Curiosidade animal


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A luta para salvar as tartarugas-gigantes de Galápagos da extinção

por Fábio Paschoal em 26 de novembro de 2015
Tartaruga-gigante de Galápagos – Foto: Fábio Paschoal
Capítulo 17 da série Galápagos: Ilhas Encantadas
A ALMA E O CORAÇÃO DE GALÁPAGOS
As tartarugas-gigantes prosperavam no arquipélago, mas sofreram com piratas que as caçavam por sua carne e com espécies introduzidas que competiam por sua comida. A população caiu drasticamente e quatro espécies foram extintas, mas graças aos esforços do Parque Nacional Galápagos (PNG) e do Centro de Pesquisas Charles Darwin (CPCD) elas e toda a vida selvagem existente nas ilhas têm uma chance de prosperar novamente. Elas são o coração e a alma de Galápagos e essa é a história da luta dessa espécie para tentar fugir da extinção:
[Veja a introdução e o sumário da série Galápagos: Ilhas Encantadas]
[Veja o capítulo 16 da série Galápagos: Ilhas Encantadas]
Foi em 1570 que o arquipélago recebeu seu nome atual. E não é surpresa que as tartarugas-gigantes foram as responsáveis por isso. Seus grandes cascos são únicos, como as ilhas que habitam. Cascos arredondados são perfeitos para andar pela floresta densa, criada pelo colapso de nuvens que trazem chuvas para ilhas mais altas. Em ilhas mais baixas quase não há chuva e não há vegetação rasteira. Aqui os cascos tem um arco curvado que permite que as tartarugas levantem o pescoço para alcançar pedaços de cactos. Esses cascos se assemelham à sela espanhola, ou galápago. As ilhas receberam seu nome graças a essas tartarugas.

Foram as tartarugas-gigantes com casco em forma de sela que deram o nome à Galápagos – Foto: Fábio Paschoal
Mas a história dessas gigantes começa antes da descoberta do arquipélago, quando existiam 14 espécies diferentes espalhadas pelas ilhas vivendo em paz e tranquilidade.
O primeiro nome das ilhas é creditado à Diego de Rivadeneira, um pirata espanhol que estava tentando desembarcar em uma das ilhas de um arquipélago, mas era impedido pela força incomum das correntes daquele dia. O poder das águas que envolviam o barco era tão forte que ele pensou que as próprias ilhas estavam se distanciando de seu navio. Atribuindo sua aparente falta de habilidade de navegação à causa divina, Diego nomeou aquele lugar de “Las Islas Encantadas” (As Ilhas Encantadas), colocando Galápagos no mapa e mudando o destino das tartarugas-gigantes para sempre.
No começo as ilhas eram usadas por piratas como base para atacar navios espanhóis. As tartarugas eram caçadas pela sua carne. Elas não ofereciam resistência, forneciam uma refeição substanciosa e podiam passar meses sem comida e sem água. Então, eram levadas para os navios onde funcionavam como um estoque vivo de alimento.
Depois chegaram os baleeiros que tinham dificuldade em encontrá-las, tendo que entrar cada vez mais no interior das ilhas para conseguir achar um espécime. Então, eles decidiram introduzir cabras no arquipélago. Assim, quando voltassem em uma viagem seguinte, não precisariam procurar pelos quelônios, iriam caçar cabras. Sem predadores naturais, as cabras se reproduziram rapidamente e, com seu apetite voraz, dizimaram a vegetação que servia de alimento para as gigantes de Galápagos.
Então o CPCD começou um programa de conservação de tartarugas-gigantes, trazendo espécies de ilhas diferentes para centros de reprodução em cativeiro que até hoje lutam para reintroduzir os répteis em suas ilhas de origem.

Após os ovos eclodirem na estufa, os filhotes são identificados para que possam ser enviados à ilha correta – Foto: Fábio Paschoal

Os filhotes passam por um centro de treinamento onde aprendem a escalar paredões para chegar a poças d’água. Depois são colocados em suas respectivas ilhas – Foto: Fábio Paschoal
Em paralelo o PNG começou o programa de erradicação das cabras, eliminando a ameaça em Santa Fé, Santiago e no norte de Isabela. Com isso a vegetação recolonizou as áreas degradadas e as espécies nativas começaram a se recuperar.
Tartarugas-gigantes de Galápagos em seu habitat natural - Foto: Fábio Paschoal
Tartarugas-gigantes de Galápagos em seu habitat natural – Foto: Fábio Paschoal

O grande objetivo da minha viagem à Galápagos era ver as tartarugas-gigantes na natureza. Elas são realmente enormes, mas o que faz delas grandiosas é a luta que enfrentam pela sobrevivência. Estar com elas é simplesmente fantástico! – Foto de Sérgio Paschoal
Na luta pela conservação das tartarugas-gigantes todas as espécies de Galápagos se beneficiaram. Hoje elas são o verdadeiro motivo pelo qual ainda podemos chamar essas ilhas de encantadas. Não perca o último capítulo da série Galápagos: Ilhas Encantadas na próxima quinta-feira (3 de dezembro)

Esse post é uma homenagem a Lonesome George, símbolo da luta pela conservação do arquipélago de Galápagos que morreu no dia 24 de junho de 2012. Descanse em paz George – Foto: Fábio Paschoal